São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2001

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"Filho da anistia" é 22% do eleitorado

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cerca de 25 milhões de brasileiros com direito de votar na eleição de 2002 não têm memória pessoal de fatos políticos anteriores ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Eles tinham apenas entre 8 e 16 anos quando FHC assumiu o Palácio do Planalto, em janeiro de 1995. São os "filhos da anistia", que nasceram na época próxima ou posterior à publicação da Lei da Anistia, sancionada em 1979 por João Baptista Figueiredo -último presidente do regime militar (1964-1985)-, que permitiu a volta ao Brasil de pelo menos 5.000 exilados políticos.
Em outubro do ano que vem, eles terão de 16 a 24 anos e representarão cerca de 22% do eleitorado nacional.
Em comum, são pessoas que não guardam recordações de episódios da história recente do país como a campanha das Diretas-Já, em 1984, o fim do regime militar, em 1985, e o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que terminou renunciando em 1992.
São quase nulas as chances de lembranças da época do governo do ex-presidente José Sarney (1985-1990), pai da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, a virtual candidata do PFL à Presidência da República em 2002.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estima que haverá 114 milhões de eleitores aptos a votar em 2002. Dos 25 milhões de jovens com menos de 24 anos, 3,3 milhões não são obrigados a participar. Eles terão entre 16 e 18 anos incompletos e podem tirar o título de eleitor. Os eleitores têm até o início de maio para pedir a um cartório eleitoral a emissão do título ou a sua transferência para outra cidade. Só depois desse momento o TSE terá números definidos do eleitorado nacional e o de cada Estado.



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