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OPERAÇÃO SOCIAL
Para minimizar críticas ao Fome Zero, comitês é que definirão uso de Cartão-Alimentação
Governo transfere poder de decisão a comitês locais
GABRIELA ATHIAS
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para minimizar as críticas ao
Fome Zero, o governo delegou
aos comitês gestores que serão
formados em cada município a
responsabilidade de definir o funcionamento de uma das principais ações do programa -o uso
do Cartão-Alimentação.
Cabe aos comitês definir, por
exemplo, a lista do que poderá ser
comprado com os R$ 50 mensais
que as famílias receberão. Definirão ainda a forma de comprovar
como foi gasto o dinheiro e os critérios de exclusão das famílias que
não cumprirem as normas.
A única ação concreta anunciada no lançamento do Fome Zero
ontem no Planalto foi o aumento
do valor per capita da merenda
dos alunos da pré-escola.
O repasse por aluno passará, a
partir de fevereiro, de R$ 0,06 para
R$ 0,13/dia. O custo do aumento,
R$ 65,8 milhões, será pago pelo
Ministério da Educação.
O ministro José Graziano
(Combate á Fome), acompanhado pelos assessores Oded Grajew
e Frei Betto, anunciou as ações
que devem nortear os mutirões
contra a fome, a serem organizados por prefeituras e instituições
da sociedade civil.
O Fome Zero terá 60 ações, e o
governo deve concluir o detalhamento do programa até 31 de
agosto, quando se encerra o prazo
para o Executivo enviar ao Congresso a proposta do Plano Plurianual para 2004/07.
Em fevereiro, o governo, em
parceria com o Banco Mundial,
inicia um estudo nas mil cidades
mais pobres para mostrar onde as
empresas podem atuar. Além disso, haverá um programa, ainda
não definido, que prevê a contratação de jovens pelas empresas
para atuarem como agentes.
O presidente Lula, em sua primeira solenidade oficial no Planalto após a posse, falou só sobre
os objetivos gerais do programa: a
erradicação da fome e a promoção social das famílias beneficiadas. Ele assinou o decreto normatizando as funções do Conselho
de Segurança Alimentar (Consea), com função consultiva.
O Fome Zero em princípio teria
um orçamento de R$ 5 bilhões em
2003, que ficou em R$ 1,8 bilhão.
A partir da próxima semana,
começa a funcionar, por seis meses, em Guaribas e Acauã (Piauí)
um projeto-piloto do Cartão-Alimentação. No período, serão
atendidas 500 famílias em cada cidade, que receberão R$ 50 mensais para comprar só alimentos.
Até o final do ano, o governo
pretende atender 1,5 milhão de famílias de pelo menos mil municípios que estiverem em situação de
emergência reconhecida pelo governo federal em razão da seca.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), reafirmou que
as famílias de Guaribas e Acauã
terão de comprovar o uso do dinheiro, até por meio de testemunhas. A lista do que pode ser comprado, segundo dias, ainda não
está definida. As famílias de Guaribas receberão o cartão magnético na segunda-feira; as de Acauã,
terça. O dinheiro estará na conta
das famílias no dia 28 de fevereiro.
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