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São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

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JANIO DE FREITAS

Adversários do Congresso

A péssima repercussão dos novos benefícios que os deputados se concederam é mais do que justificada. Os aumentos de seus 15 vencimentos anuais (além do 13º, mais um no começo e outro no fim do ano, talvez como gratificação por serviços não prestados), os 40% a mais nas passagens aéreas, o novo auxílio-moradia, os 70% de aumento para seus escritórios estaduais, além de outras mordomias, são absurdos, mas não todo o absurdo.
Assim como os deputados pelo Distrito Federal recebem passagens para voar ao próprio Distrito Federal e, apesar de sempre residentes em Brasília, também o auxílio-moradia, é de conhecimento geral que os escritórios estaduais se prestam em maior número para dar "salários" a parentes, sobretudo a filhos e mulheres. E isso mesmo se dá em grande quantidade de gabinetes na Câmara.
A Câmara vai entrar no 19º ano legislativo desde a chamada redemocratização. Tempo bastante para que algumas coisas se fizessem pela melhor respeitabilidade da Câmara e, por extensão, do Congresso. E não o contrário.

Venezuela
Com a reabertura crescente do comércio e, agora, a volta dos bancos ao expediente normal, fica incontestavelmente claro que as atividades na Venezuela foram suspensas por decisão empresarial, exceto só o ainda mal explicado caso da petrolífera estatal.
O que houve na Venezuela não foi, portanto, a greve de oito semanas anti-Chávez a que os meios de comunicação de lá e de cá se têm referido -e impondo aos fatos uma distorção comprometedora. O que houve foi locaute, cessação de atividade econômica como forma de pressão patronal. Iniciativa sujeita a processos penais na maioria dos países do Ocidente.

Solução
Bancos e seguradoras querem que seus fundos de previdência sejam destinatários das aplicações complementares que, em princípio, são a chave da reforma previdenciária pretendida pelo governo Lula, tal como pelo governo Fernando Henrique.
As reservas à pretensão são imensas, por parte dos segurados e, pelo que se pode deduzir, também pelas conclusões dos dois governos, que não quiseram incluir nos seus planos os bancos e seguradoras. Se querem mudar esse quadro, comecem os bancos e seguradoras por uma atitude simples: mostrem as vantagens e, mais importante ainda, as garantias que oferecem. Se tiverem, enfim, umas e outras reais.


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