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JANIO DE FREITAS
Adversários do Congresso
A péssima repercussão dos
novos benefícios que os deputados se concederam é mais
do que justificada. Os aumentos
de seus 15 vencimentos anuais
(além do 13º, mais um no começo e outro no fim do ano, talvez
como gratificação por serviços
não prestados), os 40% a mais
nas passagens aéreas, o novo auxílio-moradia, os 70% de aumento para seus escritórios estaduais, além de outras mordomias, são absurdos, mas não todo o absurdo.
Assim como os deputados pelo
Distrito Federal recebem passagens para voar ao próprio Distrito Federal e, apesar de sempre
residentes em Brasília, também
o auxílio-moradia, é de conhecimento geral que os escritórios estaduais se prestam em maior
número para dar "salários" a
parentes, sobretudo a filhos e
mulheres. E isso mesmo se dá em
grande quantidade de gabinetes
na Câmara.
A Câmara vai entrar no 19º
ano legislativo desde a chamada
redemocratização. Tempo bastante para que algumas coisas se
fizessem pela melhor respeitabilidade da Câmara e, por extensão, do Congresso. E não o contrário.
Venezuela
Com a reabertura crescente do
comércio e, agora, a volta dos
bancos ao expediente normal, fica incontestavelmente claro que
as atividades na Venezuela foram suspensas por decisão empresarial, exceto só o ainda mal
explicado caso da petrolífera estatal.
O que houve na Venezuela
não foi, portanto, a greve de oito
semanas anti-Chávez a que os
meios de comunicação de lá e de
cá se têm referido -e impondo
aos fatos uma distorção comprometedora. O que houve foi locaute, cessação de atividade econômica como forma de pressão
patronal. Iniciativa sujeita a
processos penais na maioria dos
países do Ocidente.
Solução
Bancos e seguradoras querem
que seus fundos de previdência
sejam destinatários das aplicações complementares que, em
princípio, são a chave da reforma previdenciária pretendida
pelo governo Lula, tal como pelo
governo Fernando Henrique.
As reservas à pretensão são
imensas, por parte dos segurados e, pelo que se pode deduzir,
também pelas conclusões dos
dois governos, que não quiseram
incluir nos seus planos os bancos
e seguradoras. Se querem mudar
esse quadro, comecem os bancos
e seguradoras por uma atitude
simples: mostrem as vantagens
e, mais importante ainda, as garantias que oferecem. Se tiverem, enfim, umas e outras reais.
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