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MULTIMÍDIA
The Economist, de Londres
"A mensagem de Lula a dois mundos"
DA REDAÇÃO
Em artigo publicado em sua última edição, a revista "The Economist" diz que talvez nenhum outro líder poderia ter feito o que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez no último final de semana
-quando participou do Fórum
Social Mundial, em Porto Alegre,
e de lá voou para Davos, na Suíça,
para estar no Fórum Econômico
Mundial, a antítese do primeiro.
Segundo a revista, se Lula agrada aos integrantes dos dois fóruns, não é criando um novo paradigma, mas trabalhando criativamente com um paradigma já
estabelecido, por dois motivos. O
primeiro é que Lula seria um conciliador. Em sua boca, slogans como "abaixo a Alca" se tornam
"nós queremos mercado livre",
mas com "reciprocidade".
O segundo motivo, diz a revista,
é que Lula procura alcançar objetivos com meios que Davos endossaria. Sua equipe econômica
"engoliu o remédio do FMI" para
países com economia fraca e inflação crescente, por exemplo.
Mas, segundo a "Economist", os
obstáculos que o governo Lula vai
enfrentar devem vir menos do
grupo de Davos que de seu próprio país. De um lado, diz, Lula
aceitou o apoio de grupos políticos tradicionalmente ligados à
corrupção. De outro, a maioria de
seus críticos estão na esquerda de
seu próprio partido, se opondo ao
FMI e às reformas propostas.
Se Lula de fato mostra que Davos não é obstáculo para justiça
social e econômica, conclui o artigo, sua presença em Porto Alegre
pode ser recebida com menos entusiasmo ao final de seu mandato.
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