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EM FAMÍLIA
Irmão e sobrinha vão trabalhar no gabinete de vice-presidente; para Comissão de Ética, não há irregularidade
Alencar nomeia parentes como assessores
EVANDRO SPINELLI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente José Alencar
(PL) nomeou dois parentes como
assessores de seu gabinete. As nomeações foram publicadas ontem
no "Diário Oficial" da União e são
assinadas pelo ministro-chefe da
Casa Civil, José Dirceu.
Antonio Gomes da Silva Filho,
irmão de Alencar, foi nomeado
para o cargo de assessor da Vice-Presidência. Seu salário mensal
será de R$ 4.850. Já Dolores Freitas Gomes Silva Abrahão, filha de
Antonio e sobrinha do vice-presidente, será oficial de gabinete,
com salário de R$ 1.560.
A reportagem da Folha procurou os dois ontem no gabinete da
Vice-Presidência, no Palácio do
Planalto, mas recebeu a informação de que eles não ficavam em
Brasília. A assessoria de Alencar
passou um número de telefone de
Belo Horizonte onde eles poderiam ser encontrados.
O número passado pela assessoria de Alencar é da filial da Coteminas, empresa do vice-presidente que tem Antonio como diretor.
A lei 8.112, de 1990, que criou o
regime jurídico único dos servidores públicos da União, proíbe
que qualquer funcionário do governo federal, incluindo presidente, vice-presidente e ministros
de Estado, mantenham sob sua
chefia imediata parentes de até segundo grau.
A assessoria da Comissão de
Ética Pública da Presidência da
República informou, entretanto,
que não há irregularidade no procedimento, já que os parentes não
estão diretamente subordinados a
Alencar. Os cargos são ligados à
chefia de gabinete. Além disso, sobrinho é considerado parente em
terceiro grau. A comissão não tomará nenhuma providência.
FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso usou o mesmo
procedimento durante o seu governo (1995-2002) para nomear
sua filha Luciana como secretária
particular. Ela ocupava um cargo
ligado ao chefe de gabinete da
Presidência.
O PT, partido do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, condena
o nepotismo e orienta os seus militantes que ocupam cargos públicos -governadores, prefeitos,
deputados, senadores e vereadores- a não contratar parentes.
O caso gerou inclusive uma polêmica interna no PT em 2001
após a posse das novas administrações municipais.
Abandono
O prefeito de José de Freitas
(PI), Pedro Paulo Macêdo da Rocha, abandonou o partido que o
pressionava a demitir sua mulher
e seu pai, contratados em cargos
de confiança.
Em Belém (PA), Goiânia (GO),
Porto Alegre (RS) e Recife (PE), os
prefeitos petistas exoneraram parentes nomeados nas respectivas
prefeituras.
Dirceu, que presidia o PT na
ocasião, foi procurado ontem por
meio de sua assessoria de imprensa para falar sobre o caso. O ministro não respondeu às ligações
até as 19h de ontem.
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