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São Paulo, sexta-feira, 31 de janeiro de 2003

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CASO SILVEIRINHA

Depoimento de ex-subsecretário "acrescentou muito", diz delegado

Suspeito depõe e nega possuir contas

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Em depoimento de mais de quatro horas ontem à Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais), da Polícia Civil do Rio, o subsecretário de Administração Tributária no governo de Anthony Garotinho (1999-abril de 2002), Rodrigo Silveirinha Corrêa, se recusou a responder se o ex-governador do Rio teria algum envolvimento no suposto esquema de corrupção responsável pelo envio de US$ 33,4 milhões para contas bancárias da Suíça.
Silveirinha, que apareceu pela primeira vez em público ontem desde que o escândalo estourou, no início do mês, também não quis responder se está envolvido em supostas extorsões praticadas contra a empresa de energia Light e a supermercados no Rio.
O advogado de Silveirinha, Clóvis Sahione, disse que o cliente negou possuir contas na Suíça e informou ter entregue ontem ao juiz da 3ª Vara Criminal Federal do Rio, Lafredo Lisboa, três passaportes de Silveirinha, como garantia de que ele não viajará.
Silveirinha chegou à Draco por volta das 13h45, acompanhado de Sahione e do fiscal de rendas Rômulo Gonçalves, outro suspeito. Marcado para ontem, o depoimento de Gonçalves será hoje.
O delegado Alessandro Thiers afirmou que o depoimento de Silveirinha acrescentou muito nas investigações, mas não quis revelar o conteúdo das declarações do ex-subsecretário.
Ele está analisando documentos cedidos pelo Ministério Público Federal, Secretaria Estadual de Fazenda e Coaf (Conselho de Administração Fiscal) para tentar achar algum indício.
O deputado estadual Carlos Minc (PT), que deverá integrar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembléia Legislativa que investigará a suposta corrupção na Secretaria Estadual de Fazenda, acompanhou o depoimento de Silveirinha.
Minc disse que o ex-subsecretário negou possuir negócios com os outros 11 suspeitos de enviar dinheiro ilícito para o exterior.
Negou também que seja sócio de qualquer firma de consultoria, disse que seus vencimentos são exclusivamente do serviço público e que, nos últimos cinco anos, só saiu duas vezes do Brasil.


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