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JUSTIÇA
Policiais acusam governo
Delegados da PF se dizem "perseguidos"
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O STJ (Superior Tribunal de
Justiça) concedeu liminar favorável a dois delegados, que eram do
primeiro escalão da Polícia Federal no governo FHC, que entraram com mandado de segurança,
alegando "perseguição ideológica", contra atos do ministro da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
O ministério estaria retardando
a nomeação dos delegados José
Francisco Mallmann, que em 99
foi coordenador de Planejamento
e Modernização da direção-geral
da PF, no cargo de adido policial
na Embaixada na Argentina, e de
Alberto Lasserre Kratzl Filho, assessor parlamentar da PF, na Embaixada brasileira no Paraguai.
Com a liminar, o vice-presidente do STJ (Superior Tribunal de
Justiça), Edson Vidigal, determinou a suspensão de todo o processo de nomeação dos adidos
policiais nas embaixadas. Os dois
delegados temiam que outros colegas ocupassem os cargos.
No pedido de liminar, os delegados afirmam que foram informados no último dia 20, "extra-oficialmente", pelo diretor-geral
da PF, Paulo Lacerda, de que não
seriam nomeados pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em razão
de "pressão que a Fenapef [Federação Nacional dos Policiais Federais] teria feito sobre a cúpula
do PT no Palácio do Planalto contra suas indicações".
Segundo os delegados, o site da
Fenapef na internet teria veiculado críticas "injuriosas e caluniosas" e afirmado que "que em hipótese alguma os mesmos assumiriam seus cargos como adidos". Lasserre é associado pela
Fenapef a uma investigação sobre
Lula, que correu em sigilo na Polícia Federal até o ano passado.
O delegado, que na época assessorava a CPI do Narcotráfico na
Câmara, enviou ao coordenador-geral central da PF, em nome da
comissão, denúncia segundo a
qual Lula seria "possuidor de alguns imóveis registrados em nome de terceiros [laranjas]".
A acusação não foi provada. Os
delegados alegam que ficaram entre os três melhores colocados no
processo de seleção feito para o
preenchimento dos cargos de adido, previsto em regulamento. Em
2002, os dois haviam sido informados pela PF de que seriam os
novos adidos e chegaram a passar
por estágio de preparação na Academia Nacional de Polícia.
O presidente da Federação Nacional dos Delegados da Polícia
Federal, Armando Coelho, disse
que protestará no ministério contra o retardamento das nomeações de Mallmann e Lasserre.
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