São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

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Advogado afirma que a conversa gravada foi uma "grande gozação"

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado José Firmo Ferraz Filho, o interlocutor do caso Lubeca, qualificou o que disse ao advogado Eduardo Pizarro Carnelós em conversa gravada como uma "grande gozação".
Disse que o deputado federal e candidato à presidência da Câmara Luiz Eduardo Greenhalgh foi seu contemporâneo na faculdade de direito, mas que não são amigos e "não se lembra" se a Lubeca fez alguma doação para a campanha do PT. "Já faz muito tempo", afirmou Ferraz Filho.
A reportagem entrou em contato com o advogado na sexta. Ao ser informado do assunto, caso Lubeca, disse que não tinha interesse em falar e desligou o telefone. Minutos depois, Ferraz Filho telefonou para a Redação. A seguir, a conversa:

José Firmo Ferraz Filho - Por que você me ligou sobre a Lubeca?

Folha - Quero saber se o sr. confirma tudo o que disse na conversa com dr. Carnelós.
Ferraz Filho
- Aquilo tudo foi gozação. Eu sabia que estava sendo gravado e até falei isso para ele.

Folha - Em que momento da conversa o sr. disse isso?
Ferraz Filho
- Logo no começo.

Folha - A Folha tem cópia da fita e do laudo do IC e, em nenhum momento, o sr. diz saber da gravação.
Ferraz Filho
- Mas eu sabia. Falei tudo por gozação. Você tem de entender que o clima naquela época era de muita tensão, de muita pressão.

Folha - Não é contraditório falar em tensão e ao mesmo tempo falar de gozação com coisas tão graves?
Ferraz Filho
- Foi brincadeira.

Folha - A Lubeca deu dinheiro para a campanha do PT?
Ferraz Filho
- Disso eu não me lembro, faz muito tempo.

Folha - O partido pediu dinheiro?
Ferraz Filho
- Meu amor, já disse que não me lembro. Isso foi tudo brincadeira.

Folha - O sr. era o negociador do PT?
Ferraz Filho
- Eu? [risos] Nem pensar. Eu nem gosto do PT.

Folha - O sr. era amigo de Greenhalgh?
Ferraz Filho
- Nós fomos contemporâneos de faculdade. E só. Nunca fomos amigos. Foi tudo gozação.


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