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NOVO CONGRESSO
Peemedebistas tentam formar bloco com PTB; tucanos e pefelistas ameaçam não apoiar reeleição de Temer
PFL e PSDB reagem a articulação do PMDB
LUCIO VAZ
da Sucursal de Brasília
O PFL e o
PSDB reagiram
à articulação do
PMDB para
atrair novos deputados e formar um bloco
com o PTB. Os
dois partidos ameaçam a reeleição
do presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP). Mas o PMDB
já está recuando.
"Casuísmo, não. Aí fica difícil segurar o acordo. O PMDB já terá o
presidente, mesmo sendo o terceiro partido da Casa. Agora, ainda
quer comandar o processo legislativo", afirmou o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
Ele se referia ao acordo dos partidos governistas que garante a reeleição de Temer na Câmara e de
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no Senado. Sem o acordo, o
próprio Inocêncio concorreria à
presidência da Câmara.
O líder do PFL e o líder do PSDB,
Aécio Neves (MG), se reúnem na
segunda-feira para reavaliar o
acordo com o PMDB. Os dois chegaram a pensar em formar um bloco com o PPB, mas contam com
um recuo do PMDB.
O líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA), afirmou
ontem que "dificilmente" será formado o bloco com o PTB e que não
está "cooptando" deputados de
outros partidos. "Nós é que estamos sendo procurados. Não tenho
culpa se o partido tem charme."
Na luta para ter a maior bancada
no Congresso, o PMDB buscou a
adesão de deputados de pequenos
e médios partidos, atingindo principalmente o PPB. Parlamentares
pepebistas afirmam que a cúpula
do PMDB estaria oferecendo vantagens pessoais, cargos e verbas do
Orçamento para atrair deputados.
Quem tem a maior bancada indica os presidentes das principais
comissões e os relatores dos projetos de maior interesse. O tamanho
das bancadas também influencia
na distribuição dos ministérios.
O PFL elegeu 106 deputados, o
PSDB elegeu 99, e o PMDB, 82. Mas
o que vai valer para definir o comando do processo legislativo serão as bancadas registradas no dia
1º de fevereiro.
Inocêncio tem uma preocupação: se o PPB perder muitos deputados, perderá a condição de quarta bancada para o PT.
Com isso, os petistas assumiriam
a segunda vice-presidência, que
exerce a Corregedoria da Casa.
"Eu ando na linha. Não tenho essa preocupação", respondeu Geddel. A Corregedoria coordena os
processos de perda de mandato
dos deputados.
O PMDB já garantiu a filiação de
Osvaldo Reis (PPB-TO), Mário de
Oliveira (PPB-MG) e Aníbal Gomes (PSDB-CE). Estão bem encaminhadas as filiações de Flávio
Derzi (PPB-MS), Salatiel Carvalho
(PPB-PE) e João Colaço (PSB-PE).
Mesmo criticando o PMDB, os líderes do PFL e do PSDB também
buscaram adesões. O PSDB afirma
que conseguiu a adesão dos deputados Aírton Cascavel (PPB-RR),
Welinton Fagundes (PL-MT) e
Antônio Carlos Batata (PSB-PE).
O PFL está negociando as filiações do governador de Roraima,
Neudo Campos (PPB), e de mais
três deputados federais do Estado:
Luis Barbosa (PPB), Robério
Araújo (PPB) e Salomão Cruz
(PSDB). O senador Romero Jucá
(RR), adversário de Campos, trocou o PFL pelo PSDB.
Os deputados do PPB ouvidos
pela Folha afirmaram que o partido "perdeu o rumo" após a derrota
eleitoral do ex-prefeito paulistano
Paulo Maluf. "Maluf era a âncora
do partido. Ele sofreu uma derrota,
e o partido ficou desarticulado",
disse Salatiel.
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