da Sucursal do Rio


Uma reunião de dirigentes de partidos oposicionistas, ontem no Rio, fracassou na tentativa de fechar uma posição conjunta sobre a crise econômica. Nenhuma resolução foi divulgada. Participaram Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT), Miguel Arraes (PSB), entre outros.
Em entrevista após o encontro, realizado na sede do PDT, Brizola procurou minimizar as divergências na cúpula da oposição.
"Talvez nós todos não pensemos exatamente da mesma maneira, pode haver diferenças, nuances, mas no principal estamos de acordo, nos objetivos estamos unidos", afirmou Brizola.
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Renúncia Como já havia feito durante a semana, o presidente do PDT voltou a defender a renúncia do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas desta vez não explicitamente.
"Não acredito na possibilidade de que o Fernando Henrique consiga mais resolver a situação, e imagino que essa compreensão ele possa ter", afirmou Brizola.
O presidente do PT, José Dirceu, não falou na renúncia de FHC, que havia sido defendida na semana passada por Tarso Genro (PT-RS), ex-prefeito de Porto Alegre.
Dirceu defendeu mudanças no modelo econômico, com a adoção de medidas como controle cambial, redução dos juros, restrição às importações e aumento dos recursos para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
"Se o Fernando Henrique fosse presidente de uma empresa, já estaria demitido", disse Dirceu, para quem a manutenção da política econômica "pode caracterizar crime de responsabilidade".
Questionado sobre o eventual apoio do PT a mudanças institucionais, porém, o presidente do partido afirmou que "quem está falando em mudança institucional são eles (do governo)".
"Nós temos é que mudar o modelo econômico. O país caminha para uma crise institucional, então é uma questão que você tem que discutir na medida em que as questões se apresentam", disse o dirigente petista.
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"Incoerência' Para Dirceu, "quando você propõe uma mudança institucional no país, você tem que ter força, tem que ter alternativa e condições legais de fazê-la. Por isso é que quem fala fala em renúncia, porque é um ato legal que depende do detentor do mandato", afirmou, referindo-se à posição de Brizola.
A reunião começou de manhã e acabou no início da tarde. Segundo Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso "está incoerente, diz uma coisa hoje e amanhã tem que retificar".



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