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RIO
Articulação é resposta do PSB à CPI do Propinoduto, que investiga um suposto esquema de corrupção no governo Garotinho
Rosinha busca instalar CPI contra Benedita
MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO
O líder do governo de Rosinha
Matheus na Assembléia Legislativa do Rio, deputado Noel de Carvalho (PSB), inicia hoje a coleta
das 36 assinaturas necessárias para o pedido de instalação de uma
nova CPI. Desta vez, para investigar um suposto esquema de superfaturamento na compra de títulos públicos federais pelo fundo
de previdência dos funcionários
estaduais (RioPrevidência) no governo de Benedita da Silva (PT).
As compras suspeitas, que teriam representado perda de R$
21,5 milhões para o Estado, foram
feitas entre junho e dezembro do
ano passado. Benedita governou
o Estado de abril a dezembro.
A articulação para a aprovação
da CPI do RioPrevidência é uma
resposta do PSB à CPI do Propinoduto, que investiga suposto esquema de corrupção que teria
funcionado no governo Anthony
Garotinho (1999 a abril de 2002).
Se aprovada a CPI do RioPrevidência, estarão funcionando simultaneamente três CPIs com
forte conotação política. A terceira é a que investiga irregularidades no Programa de Despoluição
da Baía da Guanabara (PDBG).
O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), afirmou, por intermédio de sua assessoria, que pretende "atuar como pára-raios" e
evitar que a politização das CPIs
atrapalhe o andamento das mesmas: "Estamos vivendo uma briga de foice entre PSB e PT", disse.
O pedido do PSB para a CPI do
RioPrevidência teve origem em
uma auditoria encomendada por
Rosinha. Segundo o deputado
Noel de Carvalho, o primeiro objetivo da CPI proposta será apurar
porque o então diretor de investimentos do fundo, Mauro Michelsen, confirmou a operação de
compra de títulos com valor acima do mercado mesmo após ter
sido alertado sobre a irregularidade da transação pelo Banerj.
O deputado estadual Carlos
Minc (PT) afirma que, desde a
convocação de Garotinho para
depor na CPI do Propinoduto, o
PSB vem tentando desviar o foco
das investigações. Minc disse que
o PT não teme a CPI do RioPrevidência: "Se existe suspeita, devemos investigar. Sem entrar em
guerra política, mas também sem
levantar cercas de proteção em
torno de quem quer que seja."
Já em andamento, a CPI que investiga o suposto esquema de corrupção montado por fiscais do
Rio e auditores federais suspeitos
de terem ilegalmente US$ 33,4
milhões em contas bancárias na
Suíça tem como principal investigado o fiscal Rodrigo Silveirinha
Corrêa, que foi subsecretário de
Fazenda no governo Garotinho.
Outra CPI vai apurar porque,
em oito anos, 76% dos recursos
do Programa de Despoluição da
Baía de Guanabara- cerca de US$
699 milhões - foram gastos sem
que quase nada saísse do papel.
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