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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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RIO

Articulação é resposta do PSB à CPI do Propinoduto, que investiga um suposto esquema de corrupção no governo Garotinho

Rosinha busca instalar CPI contra Benedita

MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO

O líder do governo de Rosinha Matheus na Assembléia Legislativa do Rio, deputado Noel de Carvalho (PSB), inicia hoje a coleta das 36 assinaturas necessárias para o pedido de instalação de uma nova CPI. Desta vez, para investigar um suposto esquema de superfaturamento na compra de títulos públicos federais pelo fundo de previdência dos funcionários estaduais (RioPrevidência) no governo de Benedita da Silva (PT).
As compras suspeitas, que teriam representado perda de R$ 21,5 milhões para o Estado, foram feitas entre junho e dezembro do ano passado. Benedita governou o Estado de abril a dezembro.
A articulação para a aprovação da CPI do RioPrevidência é uma resposta do PSB à CPI do Propinoduto, que investiga suposto esquema de corrupção que teria funcionado no governo Anthony Garotinho (1999 a abril de 2002).
Se aprovada a CPI do RioPrevidência, estarão funcionando simultaneamente três CPIs com forte conotação política. A terceira é a que investiga irregularidades no Programa de Despoluição da Baía da Guanabara (PDBG).
O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), afirmou, por intermédio de sua assessoria, que pretende "atuar como pára-raios" e evitar que a politização das CPIs atrapalhe o andamento das mesmas: "Estamos vivendo uma briga de foice entre PSB e PT", disse.
O pedido do PSB para a CPI do RioPrevidência teve origem em uma auditoria encomendada por Rosinha. Segundo o deputado Noel de Carvalho, o primeiro objetivo da CPI proposta será apurar porque o então diretor de investimentos do fundo, Mauro Michelsen, confirmou a operação de compra de títulos com valor acima do mercado mesmo após ter sido alertado sobre a irregularidade da transação pelo Banerj.
O deputado estadual Carlos Minc (PT) afirma que, desde a convocação de Garotinho para depor na CPI do Propinoduto, o PSB vem tentando desviar o foco das investigações. Minc disse que o PT não teme a CPI do RioPrevidência: "Se existe suspeita, devemos investigar. Sem entrar em guerra política, mas também sem levantar cercas de proteção em torno de quem quer que seja."
Já em andamento, a CPI que investiga o suposto esquema de corrupção montado por fiscais do Rio e auditores federais suspeitos de terem ilegalmente US$ 33,4 milhões em contas bancárias na Suíça tem como principal investigado o fiscal Rodrigo Silveirinha Corrêa, que foi subsecretário de Fazenda no governo Garotinho.
Outra CPI vai apurar porque, em oito anos, 76% dos recursos do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara- cerca de US$ 699 milhões - foram gastos sem que quase nada saísse do papel.


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