São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2006

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PAINEL

Elo perdido 1
Que Palocci, que nada. Na CPI dos Bingos, a prioridade máxima dos senadores do PT passou a ser blindar Jorge Mattoso. "É um homem honesto", repetiam todos ontem aos parlamentares da oposição, em esforço hercúleo para evitar o depoimento do ex-presidente da Caixa.

Elo perdido 2
A operação some-Mattoso reforçou a suspeita de que senadores petistas estariam na origem da cadeia de ações que resultou na violação e no vazamento do sigilo bancário do caseiro Francenildo. O pânico se justifica: é matéria para cassação.

Apocalípticos
No PT, os maiores defensores de que se queimem as caravelas para que a CPI dos Correios termine sem aprovar relatório, a exemplo da investigação do Banestado, são os líderes Henrique Fontana (RS) e Arlindo Chinaglia (SP), acompanhados de Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).

Integrados
Perto da verve incendiária da trinca, até o presidente do partido, Ricardo Berzoini (SP), tornou-se um moderado, defendendo uma solução mediada . Para ele, o fato de Lula ter sido poupado por Osmar Serraglio já é suficiente, bastando apenas ajustes técnicos ao relatório.

Árvore genealógica
O filho de Lula pode ter escapado do relatório de Serraglio (PMDB-PR), mas a filha de Jaques Wagner (Relações Institucionais) foi citada. Sem apresentar nomes, o relator diz que ela trabalhou na GDK, empresa financiadora de campanhas do PT na Bahia e em São Paulo.

Nomes aos bois
Advertido de que não poderia pedir, genericamente, o indiciamento de "dirigentes" da GDK e da Petrobras, Serraglio deve nominar os diretores das empresas. Na estatal, os responsabilizados serão os diretores Ildo Sauer, da área de gás, e Renato Duque, da de serviços.

Interurbano
O ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra, hoje secretário de Marcelo Déda na Prefeitura de Aracaju (SE), disparou telefonemas para petistas da CPI dos Correios pedindo que derrubem a parte do relatório na qual são citados os negócios da GDK e com a estatal.

Serviço de bordo
Consta nos anexos documentais da CPI dos Correios: o petista Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do governo Lula, teve passagem aérea paga pela agência SMPB, de Marcos Valério. Viajou de Gol, a R$ 245,00, de Brasília a Belo Horizonte em 6 de outubro de 2003.

Universo paralelo
Do secretário-geral do PSDB, Eduardo Paes, sobre a festa oficial em torno da viagem de Marcos Pontes: "Está aí um número que não temos como contestar. O governo Lula mandou 100% mais brasileiros para o espaço".

Mesa para dois
Como parte da corte que vem fazendo ao PMDB, o tucano Geraldo Alckmin visitará amanhã à noite o presidente da sigla, o deputado federal Michel Temer, em sua casa em São Paulo.

Endereço fixo
A CPI do Tráfico de Armas ouviu ontem o depoimento do diretor do presídio de Iara (SP), que relatou, para espanto dos deputados, como chegou para os presos um carregamento de pistolas e fuzis: via Sedex, embrulhado em cobertores. A "encomenda" foi interceptada.

Visita à Folha
Eliana Tranchesi, diretora-presidente da Daslu, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Raul Rosenthal, sócio-diretor da Integra Associados, de Mauro Lopes, presidente da MVL Comunicação, e de Marcelo Mendonça, diretor da MVL Comunicação.

TIROTEIO

Do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), sobre a denúncia de que Geraldo Alckmin favoreceu aliados da Assembléia com verbas de publicidade:
-O PSDB, tão combativo em Brasília, não deixa a Assembléia paulista investigar o "mensalão" de Geraldo Alckmin. Aliás, não deixou instalar nenhuma CPI em todo o governo.

CONTRAPONTO

A Bela e a Fera

Na reunião do Conselho de Ética ontem, Julio Delgado (PSB-MG) perguntou ao presidente do órgão, Ricardo Izar (PTB-SP), se a petista Angela Guadagnin (SP) seria afastada devido à representação do PPS, feita depois que a deputada sambou em plenário para festejar a absolvição do mensaleiro João Magno (PT-MG).
Diante da resposta afirmativa, Chico Alencar (PSOL-RJ) resolveu entrar na conversa:
-O episódio da dança começava a ser superado, mas aí a deputada resolveu se declarar perseguida por ser "gorda, mulher e petista". Ora, ela seria criticada mesmo se dançasse como o Carlinhos de Jesus e fosse bela como a Gisele Bündchen!
Ao ouvir o nome da supermodelo, o deputado Edmar Moreira (PFL-RJ) resolveu protestar:
-Chega! Não entro no mérito do que fez a deputada, mas colocar a Gisele no meio já é demais!


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