São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Temporada de caça

É numa lista restrita, formada por não mais de seis nomes, que a Casa Civil está procurando o responsável pelo vazamento de informações sobre despesas da Presidência de Fernando Henrique Cardoso -em nada relacionadas ao material requisitado pela CPI dos Cartões Corporativos ou ao pedido de registros feito pelo Tribunal de Contas da União. Alega-se que, por questões funcionais, não haveria mais gente do que isso com acesso à papelada no estágio em que ela chegou ao conhecimento da imprensa.
Enquanto repisa publicamente a tecla de que "nunca existiu" dossiê, o Palácio do Planalto concentra o esforço interno na identificação desse funcionário.




Rotineiro. No Planalto, a ordem é demonstrar situação de tranqüilidade. Tanto que a reunião de coordenação política, que normalmente acontece às segundas-feiras, foi adiada para amanhã, graças a mais uma viagem de Lula.

É tudo seu. A CPI começa a receber amanhã as cópias dos registros de despesas com cartões corporativos e contas tipo B feitas pelos ministérios desde 1998. Só o Planejamento, cuja papelada nem é das mais volumosas da Esplanada, enviará cem caixas à presidente da comissão, Marisa Serrano (PSDB-MS).

Bedel. Em reunião no Planalto com secretários-executivos dos ministérios, o número dois do Planejamento, João Bernardo Bringel, disse que seria obrigado a notificar Marisa Serrano caso algum dos presentes demorasse a entregar sua parte no trabalho.

Ficção. A parcela da oposição que ainda aposta alguma ficha na CPI dos Cartões se esforçará para obter cópias de notas fiscais apresentadas para justificar despesas. Dizem que há casos de falsificações grosseiras de datas e valores.

Campanha já. Enquanto aguarda a desincompatibilização da ministra Marta Suplicy, o PT vai liderar manifestação "em defesa do transportes público, do bilhete único e pelo metrô" -e contra as administrações de José Serra (PSDB) e de Gilberto Kassab (DEM). Será nesta sexta, na populosa zona leste de SP.

Casa cheia. O prefeito de BH, Fernando Pimentel, festeja o comparecimento ao encontro do PT municipal, 30% superior ao da eleição interna, em dezembro. "Isso mostra a vitalidade do partido", diz. Adversários da aliança com o PSDB, os ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci haviam desestimulado a participação.

Saída. O único meio de o Congresso dar resposta rápida à edição de nova medida provisória, no calor do debate sobre o tema, seria o presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) criar imediatamente uma comissão especial, que rejeitaria a MP sobre regularização fundiária.

Só que... A MP, diz um ministro, foi pedido pessoal do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), correligionário de Garibaldi.

Pontual. Leonardo Picciani (PMDB-RJ) negocia com PT e oposição para que ninguém apresente na quarta um voto que derrube o seu na reforma tributária. A saída deve ser a apresentação de apenas um destaque, para restabelecer o critério de tributação do petróleo -ponto mais polêmico do parecer do peemedebista.

Mãozinha. Com o clima na bancada quente por causa da primazia do grupo do Rio, capitaneado por Eduardo Cunha, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), pediu ajuda ao primo Garibaldi, presidente do Senado, para emplacar o descontente Mendes Ribeiro (RS) no comando da Comissão de Orçamento.

Nem vem. O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), não quer saber das agruras na Câmara. Diz que a vaga na comissão é dele.

Tiroteio

De fato, o volume de material analisado para montar o dossiê indica um ritmo de trabalho frenético na Casa Civil.

Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA) sobre Dilma Rousseff, que descartou depor à CPI dos Cartões alegando ter "mais o que fazer".

Contraponto

"Demos" univitelinos

Na condição de presidente, Marisa Serrano (PSDB-MS) abria os trabalhos em reunião da CPI dos Cartões:
-Pela ordem, o deputado Vic Pires (DEM-PA) e o senador Marconi Perillo (PSDB-GO)...
Mas o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) atalhou:
-Tenho muito orgulho de ser confundido com meu colega Vic, mas eu sou o Índio...
Uma hora depois, a senadora voltou à carga:
-Com a palavra, o deputado Vic.
-Senadora, não pedi a palavra-, este respondeu.
-Quem pediu fui eu, que tenho muito orgulho de ser confundido com o Vic, mas, repito, sou o Índio!


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