NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

O anúncio oficial da Globo 98, em meio aos comerciais confundindo atores e jornalistas, foi comandado pelo comediante Miguel Falabella, em edição especial, noturna, do Vídeo Show.
Uma locução descrevia as mudanças, novidades. Sobre o Casseta e Planeta, que faz piada da política:
- Jornalismo-mentira.
Entende-se então que há um jornalismo-verdade. Talvez a nova novela das oito:
- O personagem de Tony Ramos é nitroglicerina pura, ao pé da letra. Qualquer semelhança com as explosões terroristas dos noticiários não é mera coincidência.
Mas não, talvez a verdade esteja no Você Decide:
- O programa mais democrático da televisão, cada vez mais ancorado nos fatos polêmicos do cotidiano, estréia nova fase com um episódio que é um escândalo.
O escândalo é o "oralgate" de Bill Clinton.
Outra vez, é "verdade", mas como ficção.
Finalmente, na sequência, entra o jornalismo-verdade. Talvez. O bordão:
- Agilidade, imparcialidade e muito charme.
Nada contra muito charme, menos ainda contra a agilidade e a imparcialidade, sobretudo esta última. Mas em cima surge ele, o único jornalista a falar, ele, o incomparável Alexandre Garcia.
De volta do exílio interno, para garantir:
- O jornalismo da Globo vai mostrar tudo.
É o jornalismo-verdade. Alexandre Garcia vai mostrar tudo, não distorcer nada. É o porta-voz da verdade.
E tem mais. Agora também os apresentadores do Jornal Nacional são orgulhosos "âncoras", como foram descritos. Imparciais, portanto.
Mas o anúncio vai chegando ao fim e o Vídeo Show trata de si mesmo. E descreve com sorrisos o que faz:
- A pseudonotícia.


E-mail: nelsonsa@uol.com.br



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