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POLÍTICA NO ESCURO
PFL faz exigências e traz problemas a FHC
Partido veta peemedebista inimigo de ACM para Integração Nacional e tucano na liderança do governo no Senado
KENNEDY ALENCAR
VERA MAGALHÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nem bem terminou de gerenciar a crise da renúncia de Antonio Carlos Magalhães, o presidente Fernando Henrique Cardoso
enfrenta outro problema. O PFL
veta um tucano para a liderança
do governo no Senado e não quer
um inimigo de ACM no Ministério da Integração Nacional.
O veto ao tucano Geraldo Mello
(RN) para líder do governo no Senado é público. Ele seria indicado
ontem. A objeção sobre o ministério é feita nos bastidores.
O PFL não quer o peemedebista
Ramez Tebet (MT), presidente do
Conselho de Ética do Senado que
levou ACM à renúncia. Tebet é o
mais cotado para o cargo. Outros
dois peemedebistas que seriam
malvistos pelos pefelistas são o
deputado Benito Gama (BA), ex-carlista, e Moreira Franco (RJ), assessor especial de FHC e desafeto
de ACM. Os três principais postulantes melindram ACM.
"Não é prudente, na hora em
que o governo quer apaziguar a
base, deixar o PFL fora de uma liderança do governo. Estamos fazendo uma advertência que pode
virar guerra", disse o líder do PFL
no Senado, Hugo Napoleão (PI).
O PFL deseja que o posto seja
ocupado pelo senador José Agripino Maia, adversário de Melo no
Rio Grande do Norte e que sempre se aliou ao Planalto nos choques entre o governo e ACM.
"O PFL quer uma repartição
equânime, dando aos partidos
aliados um tratamento igual e não
indicar mais um líder do PSDB.
[..." Entretanto, o partido decidiu
que não vai seguir a orientação do
líder do governo [se Mello for indicado"", disse Agripino.
Segundo ele, FHC conversou
anteontem com o presidente do
PFL, Jorge Bornhausen, até as 23
horas e não falou que pretendia
indicar Mello para a liderança.
Bornhausen (SC) transmitiu a
FHC que o partido receberá como
uma bofetada a indicação de Tebet, Benito ou Moreira para a Integração Nacional. O PMDB quer
decidir o novo ministro hoje.
"A crise [ACM" acaba de deixar
o Senado. Espero que o PFL reabra diálogo em benefício do país.
O PMDB vai tratar de ministério
com o presidente, que é quem escolhe o ministro que quiser", afirmou o líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA).
"A renúncia [..." recria as condições para o rearranjo da base de
sustentação do governo no Congresso. No entanto, o governo
precisa fazer a sua parte e retomar
a iniciativa política", disse o líder
do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), sugerindo não aceitar veto do PFL a peemedebistas.
Os tucanos também avaliam
que FHC não deve ceder. Julgam
que FHC está no pior momento
do governo e não pode demonstrar fraqueza de autoridade agora.
Segundo um auxiliar, FHC vive
um momento-chave. A previsão
no Palácio do Planalto é que a crise energética ainda vai abalar
mais a popularidade presidencial.
Ou FHC aproveita a renúncia de
ACM para reorganizar seus aliados ou poderá agravar rachas nos
partidos governistas e perder o
controle sobre os assuntos de seu
interesse no Congresso.
FHC deu sinais de que não vai
ajudar a fazer do presidente do
Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), a bola da vez. Jader é acusado
de envolvimento em irregularidades na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.
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