São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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Para Tasso, críticas "moderadas" não ameaçam base governista

DA REPORTAGEM LOCAL

Pré-candidato tucano à Presidência da República, o governador do Ceará, Tasso Jereissati, acredita que as críticas "moderadas" feitas pelo ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) ao governo federal não devem comprometer a aliança entre o PSDB e o PFL. A união em torno do presidente Fernando Henrique Cardoso sobrevive desde as eleições de 1994.
Candidato preferencial de ACM à sucessão de FHC, Tasso seria um dos maiores beneficiários da manutenção da unidade. Para o ex-senador, o governador cearense é o único nome do PSDB capaz de garantir a manutenção da unidade em 2002, segundo ACM. O governador, portanto, um dos maiores beneficiados com a manutenção da unidade.
No discurso em que renunciou ao cargo, na tarde de ontem, ACM disse que governo FHC é "autista" e vive um "lento declínio". Tasso, um dos principais interlocutores do Presidente da República discordou. "O momento é difícil, mas a soma dos benefícios trazidos pelo governo é maior do que os erros", afirmou. De todas as acusações feitas pelo ex-senador, Tasso concordou apenas com as relativas à má conservação das rodovias federais. "É sabido que as estradas federais vão muito mal mesmo e precisam de um S.O.S.", disse.
O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), responsável pela conservação das BRs, está processando ACM. Em fevereiro, o ex-senador o acusou de roubo ao chamá-lo de Eliseu Quadrilha.
Padilha e o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) estão entre os principais adversários de ACM. O ministro da Saúde, José Serra, é nome preferido dos peemedebistas que defendem o apoio do partido a um candidato tucano em 2002. Tasso não endossou as críticas de ACM ao modelo de gestão da saúde.
O governador reafirmou a crença de que o pedido de cassação de ACM, que antecipou-se ao julgamento do Senado e renunciou, foi uma punição severa demais para a quebra de decoro. "Isso não significa que eu exima o senador de responsabilidade", diz. Uma semana depois de ser citado nominalmente por FHC como um dos pré-candidatos do PSDB a presidente, Tasso negou a intenção de concorrer à Previdência.
O governador deu razão ao presidenciável Ciro Gomes (PPS), que na última sexta disse que Tasso não tinha um projeto de governo para o país. "Não tenho nem estou elaborando porque não sou candidato", declarou. Ontem, Tasso esteve em São Paulo, onde falou a alunos da Fundação Getúlio Vargas sobre a Alca, o bloco de livre comércio das Américas. (RONALD FREITAS)


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