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Para Tasso, críticas "moderadas" não ameaçam base governista
DA REPORTAGEM LOCAL
Pré-candidato tucano à Presidência da República, o governador do Ceará, Tasso Jereissati,
acredita que as críticas "moderadas" feitas pelo ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA)
ao governo federal não devem
comprometer a aliança entre o
PSDB e o PFL. A união em torno
do presidente Fernando Henrique Cardoso sobrevive desde as
eleições de 1994.
Candidato preferencial de ACM
à sucessão de FHC, Tasso seria
um dos maiores beneficiários da
manutenção da unidade. Para o
ex-senador, o governador cearense é o único nome do PSDB capaz
de garantir a manutenção da unidade em 2002, segundo ACM. O
governador, portanto, um dos
maiores beneficiados com a manutenção da unidade.
No discurso em que renunciou
ao cargo, na tarde de ontem, ACM
disse que governo FHC é "autista"
e vive um "lento declínio". Tasso,
um dos principais interlocutores
do Presidente da República discordou. "O momento é difícil,
mas a soma dos benefícios trazidos pelo governo é maior do que
os erros", afirmou. De todas as
acusações feitas pelo ex-senador,
Tasso concordou apenas com as
relativas à má conservação das rodovias federais. "É sabido que as
estradas federais vão muito mal
mesmo e precisam de um S.O.S.",
disse.
O ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), responsável pela conservação das BRs,
está processando ACM. Em fevereiro, o ex-senador o acusou de
roubo ao chamá-lo de Eliseu Quadrilha.
Padilha e o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA)
estão entre os principais adversários de ACM. O ministro da Saúde, José Serra, é nome preferido
dos peemedebistas que defendem
o apoio do partido a um candidato tucano em 2002. Tasso não endossou as críticas de ACM ao modelo de gestão da saúde.
O governador reafirmou a crença de que o pedido de cassação de
ACM, que antecipou-se ao julgamento do Senado e renunciou, foi
uma punição severa demais para
a quebra de decoro. "Isso não significa que eu exima o senador de
responsabilidade", diz. Uma semana depois de ser citado nominalmente por FHC como um dos
pré-candidatos do PSDB a presidente, Tasso negou a intenção de
concorrer à Previdência.
O governador deu razão ao presidenciável Ciro Gomes (PPS),
que na última sexta disse que Tasso não tinha um projeto de governo para o país. "Não tenho nem
estou elaborando porque não sou
candidato", declarou. Ontem,
Tasso esteve em São Paulo, onde
falou a alunos da Fundação Getúlio Vargas sobre a Alca, o bloco de
livre comércio das Américas.
(RONALD FREITAS)
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