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PMDB cobra de tucanos a solução
para entraves regionais à aliança
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PMDB vai cobrar do PSDB a
solução de alguns conflitos regionais entre as duas siglas que podem ameaçar a homologação da
aliança na convenção nacional do
partido, marcada para o próximo
dia 15. A cúpula peemedebista entende que os tucanos é que estão
criando problemas.
Segundo o presidente do
PMDB, Michel Temer (SP), o que
dependia do partido já foi feito,
inclusive a indicação da candidata
a vice, Rita Camata (ES). Agora,
acredita Temer, se os tucanos fizerem sua parte, a homologação da
aliança ocorrerá de forma tranquila: a direção da sigla estima ter
entre 60% e 70% dos votos dos
convencionais.
"Cabe agora ao PSDB resolver
algumas questões", disse Temer.
Duas delas preocupam especialmente os peemedebistas: as de
Santa Catarina e da Paraíba, seções que sempre acompanharam
o comando partidário. Mas, nos
dois casos, o PSDB joga a culpa do
desentendimento no PMDB.
Em Santa Catarina, a situação
parece mais fácil: o PMDB admite
até que os tucanos lancem um
candidato próprio ao governo estadual, em vez de repetir no plano
estadual a coligação nacional. Só
não quer que o PSDB faça uma
aliança com o governador Esperidião Amin (PPS).
Na Paraíba, a contrariedade do
governador José Maranhão é com
o fato de o PSDB negociar uma
coligação com o PFL. Os tucanos
argumentam que o governador
recusou se aliar a eles, que ficaram
então sem outra alternativa a não
ser os pefelistas.
A Paraíba é um colégio eleitoral
importante do PMDB, pois envia
28 delegados à convenção nacional do partido. O pré-candidato
tucano à Presidência, José Serra,
está envolvido pessoalmente para
resolver o problema. Até agora,
sem êxito.
O namoro de Orestes Quércia
(SP) com Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) não incomoda o comando
peemedebista e foi até comemorado na campanha de Serra.
O "deslize" de Lula, como foi registrado na própria campanha
petista: dizer que nenhuma condenação até hoje foi concretizada
contra Quércia.
"O Lula absolveu o Quércia, o
Maluf [Paulo", o Collor [Fernando", todo mundo", disse Serra a
um interlocutor ontem no Rio,
quando se preparava para embarcar para Pernambuco, onde hoje
estará em Petrolina em um ato
político que contará com a participação do PFL.
"O Quércia está usando o PT
para passar um detergente em sua
biografia, o Lula está usando o
Quércia para fazer um factóide",
disse o líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima. Para o deputado, a possibilidade de uma
aliança do PT com o PMDB passar na convenção, como propõe
Quércia, "é zero".
Quércia domina o diretório
paulista, mas Temer tem quase a
metade dos convencionais. Já o
senador Pedro Simon (RS), citado
por Quércia para a vice de Lula
numa eventual aliança, dificilmente entraria na empreitada: o
PT é o adversário do PMDB no
Rio Grande do Sul.
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