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CÚPULA DE EVIAN
G8
Tendo o G8 como alvo, cerca de 2.000 ativistas protestam contra organismos internacionais e apedrejam edifícios na cidade suíça
Antiglobais atacam a OMC em Genebra
DA REDAÇÃO
Às vésperas da cúpula do G8 em
Evian, na França, milhares de ativistas antiglobalização fizeram
um protesto ontem em Genebra,
na Suíça, no bairro que concentra
os escritórios de entidades como a
OMC (Organização Mundial do
Comércio) e a ONU (Organização
das Nações Unidas).
Os manifestantes tentaram invadir a OMC, mas foram contidos
pela polícia. O ato mobilizou
aproximadamente 2.000 pessoas,
sobretudo europeus.
A maior parte das organizações
internacionais com sede em Genebra fica na margem suíça do lago Léman. Nos dias em que ocorre a cúpula do G8 em Evian, na
margem francesa do lago, será
restrito o acesso às ruas próximas
aos prédios da OMC e da ONU
em Genebra, por motivo de segurança. O evento começa amanhã.
Compõem o G8 os países do G7,
ou seja, as sete maiores economias do mundo (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália) e a Rússia, convidada por causa de sua importância
estratégica.
Ao marchar diante da missão
russa na OMC, o grupo de manifestantes repetiu: "Putin assassino, Putin assassino, liberte os
tchetchenos".
O protesto foi uma referência à
campanha militar do presidente
russo, Vladimir Putin, contra os
separatistas da Tchetchênia.
Pedras foram lançadas contra
os escritórios da Rússia, quebrando vidraças. Na sequência, ativistas mascarados atacaram o prédio
da OIM (Organização Internacional para Migrações). Não houve
registro de feridos e, até ontem à
noite, ninguém havia sido detido.
A OIM foi criada após a Segunda Guerra Mundial (1939-45), para amparar os refugiados originários dos países da Cortina de Ferro, sob controle soviético, que
buscavam asilo no Ocidente.
"Sem fronteiras, sem nações,
sem extradições", diziam os manifestantes, diante da entidade.
"A OIM é inimiga natural de qualquer migrante."
Outro prédio também atingido
foi a Organização Mundial de Meteorologia. Os policiais entraram
em ação, utilizando bombas de
gás lacrimogêneo para dispersar a
manifestação.
Mais tarde, cerca de 200 pessoas
foram, de bicicleta, em direção à
sede da Nestlé, fora do centro de
Genebra. A multinacional era resguardada por aproximadamente
cem policiais, o que não impediu
os ativistas de bloquearem a principal avenida de acesso à companhia. Alguns atiraram pedras
contra o edifício.
Cordão de isolamento
O forte esquema de segurança
que envolverá o encontro dos líderes do G8, que começa amanhã,
impede que os manifestantes se
aproximem de Evian (França),
onde ocorrerá a cúpula. Por isso,
os grupos antiglobalização estão
se concentrando em Genebra e
em Lausanne, na Suíça, e em Annemasse, na França.
O acesso será restrito em um
raio de 50 quilômetros ao redor
da cidade. A segurança é feita por
15 mil homens.
Alguns chefes de Estado de países em desenvolvimento também
foram convidados, entre eles o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula permanecerá em Lausanne e irá a Evian, para participar
dos encontros, de barco, navegando pelo lago Léman, cruzando
a divisa da Suíça com a França.
As duas principais manifestações contra o G8 foram marcadas
para amanhã. Haverá uma marcha em Genebra e outra em Annemasse. Os organizadores da cúpula paralela esperam que aproximadamente 50 mil pessoas participem dos atos de protesto.
Com agências internacionais
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