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PT nunca decidiu sobre nomeações, diz Genoino
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PT, José Genoino, divulgou nota ontem para dizer que o seu partido "nunca decidiu sobre a nomeação de cargos
públicos". Negou ainda que o PT
"tenha influenciado negócios ou
licitações em empresas estatais
com empresas privadas"
Em entrevista publicada no domingo na Folha, o secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, disse que,
ao lado de Genoino e do tesoureiro do partido, Delúbio Soares,
participou de negociações de cargos até 16 de dezembro de 2003.
Os três nunca tiveram cargos na
gestão Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu participei com o Genoino e
o Delúbio de nomeação de cargos
para o governo até o dia 16 de dezembro de 2003. De lá para cá, eu
não participei mais de nenhuma
negociação sobre cargos."
À revista "Veja", o líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN), disse
que não conseguiu indicar um
apadrinhado seu para os Correios
porque era necessário concluir
antes uma licitação para beneficiar uma empresa.
Na nota de ontem, Genoino disse que a Folha e a revista "Veja"
publicaram no final de semana
"algumas reportagens contendo
especulações inverídicas" e que
teriam "objetivos inconfessáveis".
Nas palavras de Genoino, o PT
participou do "processo de montagem do governo" postulando
"os legítimos interesses do partido, seja junto a representantes do
governo, seja junto aos outros
partidos [aliados]". Ele disse ainda que "a grande maioria dos
atuais ocupantes de postos de direção" nas estatais é de funcionários de carreira, negando que o PT
tenha "aparelhado" o governo.
Afirmou também que o seu partido "apóia ampla investigação"
da Polícia Federal e que o governo
apresenta resultados "indesmentíveis" no combate à corrupção.
Contra-ataque
Parlamentares petistas que formaram o "Bloco de Esquerda" do
partido no Congresso afirmaram
ontem, no Rio de Janeiro, que não
temem sofrer punição do partido
por terem assinado o pedido de
criação da CPI dos Correios.
Na semana passada, o ministro
José Dirceu (Casa Civil) disse que
os petistas que assinaram a CPI
faziam oposição. O deputado
Ivan Valente (SP) retrucou: "Eles
é que fazem oposição ao programa, à história e à coerência do
PT". A deputada federal Maninha
(DF) questionou: "Que governo é
esse que é tão fraco a ponto de ser
desestabilizado por uma CPI?"
Já o deputado federal Chico
Alencar (RJ) considera um erro
político ter deixado a oposição tomar a iniciativa de pedir a CPI.
"Deveríamos estar pedindo investigação, e não na defensiva,
porque o PSDB e o PFL, por terem
abafado CPIs no governo FHC,
não têm moral para pedir a abertura de uma CPI."
Colaborou a Sucursal do Rio
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