São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 2005

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PT nunca decidiu sobre nomeações, diz Genoino

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, José Genoino, divulgou nota ontem para dizer que o seu partido "nunca decidiu sobre a nomeação de cargos públicos". Negou ainda que o PT "tenha influenciado negócios ou licitações em empresas estatais com empresas privadas"
Em entrevista publicada no domingo na Folha, o secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, disse que, ao lado de Genoino e do tesoureiro do partido, Delúbio Soares, participou de negociações de cargos até 16 de dezembro de 2003. Os três nunca tiveram cargos na gestão Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu participei com o Genoino e o Delúbio de nomeação de cargos para o governo até o dia 16 de dezembro de 2003. De lá para cá, eu não participei mais de nenhuma negociação sobre cargos."
À revista "Veja", o líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN), disse que não conseguiu indicar um apadrinhado seu para os Correios porque era necessário concluir antes uma licitação para beneficiar uma empresa.
Na nota de ontem, Genoino disse que a Folha e a revista "Veja" publicaram no final de semana "algumas reportagens contendo especulações inverídicas" e que teriam "objetivos inconfessáveis".
Nas palavras de Genoino, o PT participou do "processo de montagem do governo" postulando "os legítimos interesses do partido, seja junto a representantes do governo, seja junto aos outros partidos [aliados]". Ele disse ainda que "a grande maioria dos atuais ocupantes de postos de direção" nas estatais é de funcionários de carreira, negando que o PT tenha "aparelhado" o governo.
Afirmou também que o seu partido "apóia ampla investigação" da Polícia Federal e que o governo apresenta resultados "indesmentíveis" no combate à corrupção.

Contra-ataque
Parlamentares petistas que formaram o "Bloco de Esquerda" do partido no Congresso afirmaram ontem, no Rio de Janeiro, que não temem sofrer punição do partido por terem assinado o pedido de criação da CPI dos Correios.
Na semana passada, o ministro José Dirceu (Casa Civil) disse que os petistas que assinaram a CPI faziam oposição. O deputado Ivan Valente (SP) retrucou: "Eles é que fazem oposição ao programa, à história e à coerência do PT". A deputada federal Maninha (DF) questionou: "Que governo é esse que é tão fraco a ponto de ser desestabilizado por uma CPI?"
Já o deputado federal Chico Alencar (RJ) considera um erro político ter deixado a oposição tomar a iniciativa de pedir a CPI. "Deveríamos estar pedindo investigação, e não na defensiva, porque o PSDB e o PFL, por terem abafado CPIs no governo FHC, não têm moral para pedir a abertura de uma CPI."


Colaborou a Sucursal do Rio

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