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Aliados buscam destituição de Martinez
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrantes da coordenação da
campanha do candidato do PPS à
Presidência da República, Ciro
Gomes, estão em busca de uma
estratégia que provoque a destituição do deputado José Carlos
Martinez (PTB) da coordenação
geral da equipe.
Anteontem, em São Paulo, horas depois de Martinez apresentar
cópias de suas declarações de Imposto de Renda nas quais foi registrado o empréstimo de PC farias, Ciro afirmou que pretendia
manter o petebista na função.
Aliados do presidenciável avaliam, entretanto, que Martinez
tem prejudicado a campanha.
Pesquisas encomendadas pelos
partidos da Frente Trabalhista
(PTB, PPS e PDT) revelam que o
episódio está exercendo influência sobre a opinião do eleitorado a
respeito da candidatura e levantando suspeitas sobre a campanha do ex-governador.
Além disso, diferentemente do
planejado, o candidato, longe de
poder divulgar suas principais
propostas de governo, tem se dedicado quase exclusivamente a
dar explicações sobre o caso.
O ideal, dizem, seria que Martinez entregasse o cargo por vontade própria. Argumentam que Ciro, por gratidão ao empenho do
petebista na consolidação de sua
candidatura, não tomará a iniciativa de afastá-lo da função.
Outra solução cogitada é a de
que toda a coordenação de campanha coloque seus cargos à disposição do presidenciável.
Segundos interlocutores do ex-governador, o candidato já teria
enviado sinais a Martinez de que
aceitaria sua desistência nesses
termos. Não teve sucesso.
A favor de Martinez pesa também o fato de que substituí-lo
agora seria admitir que realmente
há problemas no empréstimo
contraído por ele do ex-tesoureiro do ex-presidente Fernando
Collor de Mello, tese oposta à do
discurso adotado por Ciro nos últimos dias.
Paulinho
Há ainda na Frente Trabalhista
quem defenda o afastamento do
vice da chapa, o sindicalista Paulo
Pereira da Silva (PTB), acusado de
uso de um ""laranja" na compra de
um sítio e de superfaturamento
na venda de uma fazenda repassada a trabalhadores.
A maioria, entretanto, acredita
que as denúncias contra Paulinho
são infundadas e que, a opção por
substituí-lo agora geraria uma
crise na campanha.
A estratégia, neste caso, será a
de escalar uma dos aliados de Ciro
para defendê-lo mais enfaticamente nos próximos dias. O candidato ainda recomendou ao sindicalista que não tente se ""esconder". Paulinho não compareceu a
uma caminhada com Ciro ontem
pela manhã em São Paulo.
(PATRICIA ZORZAN)
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