São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 2002

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Aliados buscam destituição de Martinez

DA REPORTAGEM LOCAL

Integrantes da coordenação da campanha do candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, estão em busca de uma estratégia que provoque a destituição do deputado José Carlos Martinez (PTB) da coordenação geral da equipe.
Anteontem, em São Paulo, horas depois de Martinez apresentar cópias de suas declarações de Imposto de Renda nas quais foi registrado o empréstimo de PC farias, Ciro afirmou que pretendia manter o petebista na função.
Aliados do presidenciável avaliam, entretanto, que Martinez tem prejudicado a campanha. Pesquisas encomendadas pelos partidos da Frente Trabalhista (PTB, PPS e PDT) revelam que o episódio está exercendo influência sobre a opinião do eleitorado a respeito da candidatura e levantando suspeitas sobre a campanha do ex-governador.
Além disso, diferentemente do planejado, o candidato, longe de poder divulgar suas principais propostas de governo, tem se dedicado quase exclusivamente a dar explicações sobre o caso.
O ideal, dizem, seria que Martinez entregasse o cargo por vontade própria. Argumentam que Ciro, por gratidão ao empenho do petebista na consolidação de sua candidatura, não tomará a iniciativa de afastá-lo da função.
Outra solução cogitada é a de que toda a coordenação de campanha coloque seus cargos à disposição do presidenciável.
Segundos interlocutores do ex-governador, o candidato já teria enviado sinais a Martinez de que aceitaria sua desistência nesses termos. Não teve sucesso.
A favor de Martinez pesa também o fato de que substituí-lo agora seria admitir que realmente há problemas no empréstimo contraído por ele do ex-tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Mello, tese oposta à do discurso adotado por Ciro nos últimos dias.

Paulinho
Há ainda na Frente Trabalhista quem defenda o afastamento do vice da chapa, o sindicalista Paulo Pereira da Silva (PTB), acusado de uso de um ""laranja" na compra de um sítio e de superfaturamento na venda de uma fazenda repassada a trabalhadores.
A maioria, entretanto, acredita que as denúncias contra Paulinho são infundadas e que, a opção por substituí-lo agora geraria uma crise na campanha.
A estratégia, neste caso, será a de escalar uma dos aliados de Ciro para defendê-lo mais enfaticamente nos próximos dias. O candidato ainda recomendou ao sindicalista que não tente se ""esconder". Paulinho não compareceu a uma caminhada com Ciro ontem pela manhã em São Paulo.
(PATRICIA ZORZAN)



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