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Tucano acusa Ciro de usar tática do "pega-ladrão"
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O candidato do governo à Presidência, José Serra (PSDB), acusou
ontem Ciro Gomes e a cúpula da
campanha do candidato do PPS
de usarem a "estratégia do pega-ladrão" quando o apontam como
responsável pelas denúncias contra o coordenador da campanha,
José Carlos Martinez (PTB), e o
vice da Frente Trabalhista, Paulo
Pereira da Silva, o Paulinho.
"Você pode estar certo de uma
coisa: o coordenador-geral da
campanha de Ciro ter sido sócio
de PC Farias e ter negócios [com a
família de PC" até hoje, não é fruto
da imaginação de ninguém; o fato
de seu vice [de Ciro" ter problemas tão graves na direção do seu
sindicato [a Força Sindical", ou na
vida privada, não é invenção de
ninguém", afirmou o candidato
tucano ontem, em Curitiba.
O presidenciável se referia à reportagem da Folha de 12 dias
atrás, revelando que Martinez tomou emprestado o equivalente
hoje a R$ 27,85 milhões do tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello,
Paulo César Farias, em 1991, e que
ainda deve parte da dívida aos
herdeiros. PC morreu em 1996.
Reportagem da revista "Época"
desta semana informa que Paulinho é suspeito de envolvimento
na compra superfaturada de uma
fazenda em Piraju, no interior do
Estado de São Paulo, com recursos federais, e de manter um sítio
em nome de um "laranja" durante três anos.
"Eles estão adotando a estratégia do pega-ladrão, aquela do sujeito que bate carteira no calçadão
e sai correndo com a carteira gritando pega-ladrão, pega-ladrão,
para distrair os transeuntes. No
caso, é essa a estratégia, absolutamente inaceitável", disse o candidato tucano.
A resposta veio depois de ser
questionado sobre o comentário
atribuído a Ciro de que ele (Serra)
representa o "dragão da maldade". A reação também foi dirigida
à nota de anteontem de Martinez,
onde o coordenador-geral da
campanha de Ciro diz que o candidato do presidente Fernando
Henrique Cardoso "é portador do
ódio".
Pastoral da Criança
Serra e a vice Rita Camata estiveram à tarde com a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns. No encontro, presidenciável e vice assinaram um
documento em que se comprometem, se eleitos, a pôr em prática 22 itens sugeridos pela pastoral
de ações de combate à exclusão
social, principalmente da população infantil.
Segundo Zilda Arns, a pastoral
distribuiu cópia do compromisso
a todos os candidatos. Serra foi o
primeiro a assinar. A coordenadora disse que o próximo da
agenda é o presidenciável petista
Luiz Inácio Lula da Silva.
O documento que Serra e Rita
assinaram contém programas já
desenvolvidos pelo governo. É o
caso da proposta de ampliação da
Bolsa Escola, da Bolsa Alimentação e do cartão do SUS (Sistema
Único de Saúde).
Multipartidarismo
O encontro reafirmou as afinidades entre Zilda Arns e o ex-ministro da Saúde. Ela não declarou
voto ao tucano, mas fez afirmações como: "estou certa que ele
vai implantar" [os programas
com os quais o candidato se comprometeu", e "vai conseguir",
quando Serra disse que pretende
baixar para abaixo de 20 o índice
da mortalidade infantil nos próximos quatro anos. Hoje, segundo
ele, o índice é de 29 mortes por mil
nascidos vivos.
Zilda afirma que tanto a posição
dela como a da Pastoral da Criança é multipartidária.
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