São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

China e a culpa

O "China Daily" de papel culpou primeiro os "países ricos", citando seu ministro Chen Deming. Mas o site do "China Daily" culpou depois "a inabilidade de dois países", também citando Chen -que não identificou os países, mas o jornal apontou logo EUA e Índia.
O jogo de cena não convenceu o "New York Times", que adiantou ontem no alto da home page, com foto, a longa reportagem "Negociações comerciais se romperam com mudança chinesa quanto aos alimentos". Foi uma reviravolta "brusca", que teria levado a China abandonar a sua defesa histórica do livre comércio.

AOS ACORDOS BILATERAIS
Na Folha Online, "Lula culpa política interna de EUA e Índia" pelo colapso. Nas agências financeiras, ecoou sua previsão de que um acordo pode sair após as eleições americanas e indianas. Mas na manchete da Reuters Brasil, "Sem Doha, Lula diz que saída são acordos bilaterais".
Em editorial, o "Financial Times" concorda e até aconselha a Organização Mundial do Comércio a priorizar agora o respeito às regras multilaterais nos acordos bilaterais. Como Lula também, defende manter o que for possível dos avanços deste verão. Mas sugere enterrar o resto.

BOM?
Reuters/yahoo.com
Raymond Colitt, na Reuters, avalia que o colapso "torna mais lenta a ascensão do Brasil no palco global". Mas vídeo da mesma Reuters diz que "pode ser bom para o Brasil", que passaria a "liderar uma nova política para o comércio" global

ESPERANÇA
Saiu na primeira página de ontem do "International Herald Tribune", que o "NYT" edita na Europa e agora também na Ásia, com fotos da "emergente classe média" brasileira no Rio e em Fortaleza e sob o enunciado "Em meio à melancolia global, o Brasil transborda de esperança".
E ontem a home do "NYT" adiantou a mesma longa reportagem do correspondente Alexei Barrionuevo, que deve ser publicada hoje sob o título "Brasil cresce enquanto economias maiores se debatem". Enviado ao Nordeste, conta histórias de empreendedores como Maria Benedita Souza, que cinco anos atrás obteve um microcrédito para comprar duas máquinas de costura e hoje emprega 25 pessoas. Destaca o jornal que "muitas famílias ultrapassaram a distância até a classe média usando Bolsa Família".

"OOPS, HE DID IT AGAIN"
youtube.com/johnmccaindotcom
Huffington Post, Drudge, Politico, Talking Points Memo -os sites eleitorais não seguraram o humor diante do novo comercial de John McCain, que chama Barack Obama de celebridade e mistura petróleo com Britney Spears e Paris Hilton (acima). O HuffPost ouviu a "campanha" da cantora, que não quis "envolver Britney em política presidencial". O Politico deu a piada da campanha democrata, que criticou o novo comercial negativo dizendo, como no "hit" da cantora, "Oops, he did it again", ele fez de novo.
Fim do dia e a "Atlantic" ouviu de John Weaver, principal assessor e amigo de McCain até meses atrás, que o comercial evidencia uma estratégia "infantil", que "diminui John". Por fim, "essa tolice [tomfoolery] tem que parar".

"NYT" VS. MCCAIN
Em editorial, o "NYT" critica McCain por adotar a equipe e o "manual de incivilidade de Karl Rove" em sua campanha. Chamou o comercial que apontou o suposto desprezo de Obama por soldados feridos de "falso". Com a campanha, diz, o republicano confirma ser "uma extensão" do "desastroso" George W. Bush.

"WP" VS. MCCAIN
Em longa reportagem iniciada na primeira página, sob o título "Acusação de McCain contra Obama não tem prova", o "Washington Post" não fica atrás e, até com mais destaque, questiona o republicano "e seus aliados" por espalharem no comercial e em entrevistas de TV que Obama "desprezou soldados feridos".


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@ - Nelson de Sá



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