'Jóia da coroa' foi comprada

O jornal de mais prestígio na Espanha, o "El Pais", de Madri, destacou a vitória da Telefónica de España no leilão de privatização da Telebrás anteontem como o segundo assunto de mais importância em sua capa.
A reportagem só teve menos destaque que o caso da condenação do ex-ministro do Interior José Barrionuevo e do ex-secretário de Segurança Rafael Vera.
Segundo o jornal, "a privatização das 12 companhias telefônicas (desmembradas da Telebrás) foi um dos maiores negócios deste fim de século".
O negócio, escreveu a correspondente do "El Pais" no Rio de Janeiro, Carmen Jiménez, fez da Telefónica a maior operadora do Brasil, passando a ter mais linhas na América (17 milhões) que na Espanha (16 milhões).
O "El Pais" afirma que a empresa espanhola conseguiu ficar com duas das companhias "mais apetitosas" do monopólio telefônico brasileiro, a Telesp fixa e a empresa de telefonia celular que atenderá os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
A Telesp seria a "jóia da coroa" do Sistema Telebrás, pelo seu tamanho e rentabilidade.
A Telefónica, diz o jornal, teve a ajuda do banco de investimentos Lehman Brothers para comprar as empresas brasileiras.
O jornal cita declaração do presidente da Telefónica, Juan Villalonga, sobre a compra da Telesp. Villalonga diz que, com a compra, "a empresa espanhola confirma sua liderança na América Latina".
Outro jornal que noticiou a privatização com destaque foi o conservador "ABC", de Madri.
Para o "ABC", Villalonga declarou que pagou "o preço máximo que se poderia justificar tecnicamente" pela Telesp.



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