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Para presidente, há mais ONGs que meninos de rua
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou, na
OAB-DF, o problema dos meninos de rua. Para ele, há uma idéia
crescente externa e internamente
de que há milhares de meninos de
rua o que não é real.
"Não há mil", chegou a afirmar, referindo-se à cidade de São
Paulo. "Deve ter mais gente trabalhando em ONGs (organizações
não-governamentais) que tratam
de meninos de rua do que crianças
nas ruas", afirmou ao ser questionado sobre as ações de governo.
Dados do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostram que há de 10 mil a 15 mil meninos em sete cidades pesquisadas
(São Paulo, Rio de Janeiro, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Porto
Alegre e Brasília).
"Não há um número tão elevado de meninos de rua que uma
ação bem organizada do governo
não possa resolver", disse Arabela Estrela Rotta, coordenadora do
Unicef no Brasil. Para ela, é preciso agir com rapidez para evitar o
aumento desse número.
O Distrito Federal realiza mensalmente um levantamento para
verificar a quantidade de meninos
de rua. Na última pesquisa, há 83
jovens que moram nas ruas de
Brasília e das cidades-satélites. Porém, há mais 450 que andam pelas
ruas e voltam para suas casas.
Para FHC, falta distinção entre o
menino que vive na rua e o que
tem família e só anda nas cidades.
Reforma política
FHC disse que continua a defender o parlamentarismo e, em um
eventual segundo mandato, vai se
empenhar para fazer a reforma
política que o Congresso deveria
ter feito nos últimos três anos.
"Esperava que o Congresso fosse mais ativo.Com relação à reforma política, haverá um empenho
mais forte do Executivo", disse.
Para FHC, sem o voto distrital,
há uma "irresponsabilidade recíproca do eleitor, que não sabe
nem em quem votou, e do eleito,
que não presta contas a ninguém". Pelo distrital misto, metade das vagas é de deputados eleitos
por distritos em eleição majoritária. A outra, formada por deputados que integram lista do partidos.
A reforma política pretendida
por FHC e alguns parlamentares,
no início do mandato, em 95, acabou se resumindo à aprovação da
emenda constitucional que autorizou o presidente a disputar a reeleição. FHC afirmou que essa reforma era assunto do Legislativo.
"Parlamentarismo só em 2006."
Sem as mudanças no sistema político, afirmou o candidato-presidente, não poderá haver parlamentarismo no país.
"Ideologicamente, eu sou favorável ao parlamentarismo. Responsavelmente, como homem de
Estado, eu não posso assumir uma
responsabilidade num quadro que
conspira contra o funcionamento
dos partidos. O regime parlamentarista é um regime de partidos."
O seu modelo para a reforma política prevê ainda a fidelidade partidária, limites para a criação de
partidos e o financiamento público das eleições.
(DENISE MADUEÑO
e RENATA GIRALDI)
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