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GOVERNO
Novo presidente do órgão enfatizou meta de US$ 100 bi em 2002
Calabi assume BNDES priorizando exportações
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
O novo presidente do BNDES
(Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Andrea Calabi, tomou posse ontem à
frente da instituição afirmando
que as exportações serão o principal foco da ação do banco daqui
para a frente.
O objetivo, segundo Calabi, é
melhorar as condições de exportação da economia brasileira. A
meta do país de exportar US$ 100
bilhões em 2002 foi enfatizada várias vezes no discurso de posse.
Calabi disse ainda que as megafusões vão ganhar destaque na linha de ação do banco e que o
BNDES não vai "financiar o desemprego".
Em entrevista, Calabi afirmou
que "o banco apóia a produção e
espera estimular o emprego a longo prazo". A resposta veio depois
da ponderação dos jornalistas de
que fusões, normalmente, resultam em demissões.
O banco, segundo Calabi, não
vai ajudar empresas que sejam casos perdidos de ineficiência só para manter postos de trabalho.
"O foco em emprego permeia
qualquer ação do banco, é um critério prioritário para seleção de
crédito", disse Calabi.
O caso Ford se encaixa nessa
política porque os postos de trabalho da unidade do Ipiranga, em
São Paulo, que deverá ser fechada,
serão transferidos para a fábrica
de São Bernardo do Campo, segundo o ministro Clóvis Carvalho
(Desenvolvimento).
A montadora será beneficiada
por incentivos fiscais e financiamento do BNDES para construir
uma fábrica na Bahia.
Para apoiar fusões, o banco levará em conta "os impactos econômicos mais fortes".
"Não há preconceito contra tamanho, megafusões ou financiamentos de reorganizações societárias de empresas, seja lá quais
forem", disse.
Além de siderurgia, petroquímica, papel e celulose e aviação,
também deverão passar por fusões os ramos de eletroeletrônicos, telecomunicações e mineração, seja por mudanças pós-privatizações, seja por influência da
competição externa.
A fusão Brahma-Antarctica,
disse Calabi, é um exemplo de
concentração entre grandes empresas, "algo que não pode ser
evitado".
Durante seu discurso, Clóvis
Carvalho saiu em defesa do
BNDES, afirmando que a instituição foi "vítima de uma tentativa
insidiosa, covarde e criminosa de
macular sua imagem".
O ministro referia-se ao episódio dos grampos telefônicos sobre os bastidores da privatização
da Telebrás, que resultou na queda do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça
de Barros.
"Todo o país é testemunha do
serviço público ético e comprometido com o desenvolvimento
da nação que aqui se pratica."
Além de Clóvis Carvalho, compareceram à posse de Calabi os
ministros Pedro Malan (Fazenda), José Serra (Saúde), Rodolpho
Tourinho (Minas e Energia),
Martus Tavares (Orçamento e
Gestão), Pratini de Moraes (Agricultura) e Pimenta da Veiga (Comunicações).
Também estavam os presidentes do Banco Central, Armínio
Fraga, e do Banco do Brasil, Paulo
Zaghen.
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