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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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PAINEL

Dúvida cruel
A possibilidade de renovar o acordo com o FMI divide o núcleo do governo. Enquanto Palocci (Fazenda) quer manter tudo como está, José Dirceu (Casa Civil) não acha necessário recorrer ao fundo de novo. Ou, então, que é preciso impor condições para afrouxar o ajuste fiscal.

Medo de retaliação
Governadores querem mudar a reforma tributária já na Câmara. Avaliam que no Senado poderá haver mais dificuldades. Muitos têm senadores como inimigos políticos em seus Estados. A emoção pode falar mais alto.

Recessão e marketing
Após aprovar a reforma tributária, a Câmara promoverá uma semana de análise de projetos de geração de emprego -tema base da última campanha. Há mais de 200 propostas. Em tempo: com a forte retração econômica do país, o desemprego na região metropolitana de São Paulo já atinge 1,9 milhão de pessoas.

Na balança
O gabinete da Presidência terá R$ 528,7 mi para gastar em 2004 -um aumento de 70,7% em relação a 2003. Já a Justiça do Trabalho, com 1.109 varas, 24 tribunais regionais e um tribunal superior, vai dispor de R$ 570 mi -aumento de 18,8% sobre o Orçamento deste ano.

Maldade radical
Lindberg Farias, ex-radical que agora discursa em favor das reformas, ganhou apelido na esquerda: Dorian Gray - personagem de Oscar Wilde que fez pacto com o demônio para permanecer sempre jovem e belo. Tudo porque mudou após o PT prometer apoio na disputa pela Prefeitura de Nova Iguaçu.

Reforço no caixa
Thomaz Bastos (Justiça) liberou R$ 10 milhões para a polícia de SP. A verba será utilizada pelo departamento de inteligência da corporação. O convênio deve ser assinado nesta semana.

Base de apoio
O Planalto está prestes a nomear um apadrinhado de Edison Lobão (MA) para o Postalis, fundo de pensão dos Correios. O senador maranhense é do oposicionista PFL, mas preside a Comissão de Constituição e Justiça -órgão que analisará a reforma da Previdência.

Velho estilo
O PMDB continua com a tática de pressão. Mandou recados ao Planalto segundo os quais há sério risco de 11 senadores do partido votarem contra a taxação dos inativos. Mais do que uma questão ideológica, o que impera é o desagrado com o ritmo da distribuição dos cargos.

Direitos iguais
Entre os senadores do PMDB, uma das queixas mais frequentes é a de que apenas os caciques José Sarney, presidente do Senado, e Renan Calheiros, líder da bancada, tiveram suas reivindicações atendidas pelo governo.

De olho em 2004
Comerciais do PT paulista vão ao ar amanhã com Marta Suplicy e os CEUs (escolões), que têm, segundo o próprio PSDB, ajudado a melhorar a popularidade da prefeita de São Paulo.

Ferida aberta
Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) se reunirá na terça-feira com as famílias de guerrilheiros desaparecidos no Araguaia. A fim de definir a estratégia de reação à decisão do governo do seu próprio PT de recorrer na Justiça para não liberar os documentos do Exército sobre o período.

Jornada dupla
Valdemar Costa Neto, líder do PL na Câmara, mantém Marcos Freitas da Silva, vereador de Piraju (SP), na folha de pagamentos do seu gabinete. Silva, cuja carga horária oficial é de 40 horas semanais, raramente é encontrado no DF. Como parlamentar, diz que atua na área de "fiscalização e denúncia".

TIROTEIO

Do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sobre Lula ter projetado para os próximos três anos um crescimento do PIB maior do que o previsto pelo governo paulista no PPA (Plano Plurianual):
-Trabalhamos com a cabeça no lugar e os pés no chão. Otimismo não se inventa, se constrói com trabalho e bom senso.

CONTRAPONTO

Na língua da moda

Estrela do seminário de comunicação e propaganda que o PT promoveu em Belo Horizonte (MG), o marqueteiro Duda Mendonça foi uma espécie de mestre de cerimônia do evento, cuja abertura foi realizada na quinta-feira passada.
Em seus discursos, o marqueteiro, que comandou a vitoriosa campanha de Lula na última eleição presidencial, incorporou o velho bordão petista "companheiro", ao se referir a políticos do partido e até mesmo a convidados.
Quando apresentou o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, com esse epíteto, houve uma gargalhada geral no auditório.
Ao observar a cena, Oséas Duarte, secretário de comunicação do PT, ironizou:
-Depois que o Lula chamou o [vice-presidente e empresário] José Alencar [PL] de companheiro, tudo está perdoado.


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