São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Ministros se contradizem sobre verbas

Lula pede ênfase em investimentos sociais; "as propostas estão sendo acomodadas", afirma Mantega

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Marcada com o objetivo de afinar o discurso do governo, a reunião ministerial convocada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminou em descompasso de informação com ministros desmentindo liberações de verbas prometidas anteriormente.
Ministros escalados para falar à imprensa tentaram negar informação repassada mais cedo, oficialmente, pela assessoria da Presidência, de que o orçamento de 2008 conteria um extra de R$ 4,7 bilhões para o que o governo chama de "agenda social". "As propostas estão sendo acomodadas", disse Guido Mantega (Fazenda), negando que o orçamento a ser enviado hoje para o Congresso conterá a previsão. No início da coletiva o ministro havia dito: "Estamos fazendo o remanejamento. O orçamento já está rodado, não pode ser alterado de última hora. Esse conjunto de ações poderá ser incluído a parte, numa reavaliação".
Na segunda-feira, a Presidência disse que o ministro da Fazenda liberaria R$ 2 bilhões para a saúde, até então contingenciados, por conta da crise na região Nordeste. Ontem, Mantega corrigiu: "Estamos avaliando ainda o valor".
O ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) fez uma detalhada exposição dos projetos que compõem a agenda social. Mas, na hora de falar em recursos, ele se resumiu a repetir "eu não tenho o controle da execução orçamentária".
Dilma Rousseff (Casa Civil), que em vários momentos interrompeu Patrus, alegou que os projetos são "intra-setoriais", e que não há como precisar o aumento destinado à área social. "Não podemos quantificar o que foi o aumento, mas a proposta cabe no orçamento que vai ser enviado [ao Congresso]. Não é numa reunião dessas que se define valor."
Ao final da confusa entrevista coletiva, disse que o crescimento de cerca de R$ 5 bilhões para este fim - até então uma das principais novidades da reunião de ontem - não estava "errada", mas que o números são "precipitados". LETÍCIA SANDER, SHEILA D"AMORIN, VALDO CRUZ E FERNANDO NAKAGAWA

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