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Ministros se contradizem sobre verbas
Lula pede ênfase em investimentos sociais; "as propostas estão sendo acomodadas", afirma Mantega
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Marcada com o objetivo de
afinar o discurso do governo, a
reunião ministerial convocada
ontem pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva terminou
em descompasso de informação com ministros desmentindo liberações de verbas prometidas anteriormente.
Ministros escalados para falar à imprensa tentaram negar
informação repassada mais cedo, oficialmente, pela assessoria da Presidência, de que o orçamento de 2008 conteria um
extra de R$ 4,7 bilhões para o
que o governo chama de "agenda social". "As propostas estão
sendo acomodadas", disse Guido Mantega (Fazenda), negando que o orçamento a ser enviado hoje para o Congresso conterá a previsão. No início da coletiva o ministro havia dito:
"Estamos fazendo o remanejamento. O orçamento já está rodado, não pode ser alterado de
última hora. Esse conjunto de
ações poderá ser incluído a parte, numa reavaliação".
Na segunda-feira, a Presidência disse que o ministro da
Fazenda liberaria R$ 2 bilhões
para a saúde, até então contingenciados, por conta da crise na
região Nordeste. Ontem, Mantega corrigiu: "Estamos avaliando ainda o valor".
O ministro Patrus Ananias
(Desenvolvimento Social) fez
uma detalhada exposição dos
projetos que compõem a agenda social. Mas, na hora de falar
em recursos, ele se resumiu a
repetir "eu não tenho o controle da execução orçamentária".
Dilma Rousseff (Casa Civil),
que em vários momentos interrompeu Patrus, alegou que os
projetos são "intra-setoriais", e
que não há como precisar o aumento destinado à área social.
"Não podemos quantificar o
que foi o aumento, mas a proposta cabe no orçamento que
vai ser enviado [ao Congresso].
Não é numa reunião dessas que
se define valor."
Ao final da confusa entrevista coletiva, disse que o crescimento de cerca de R$ 5 bilhões
para este fim - até então uma
das principais novidades da
reunião de ontem - não estava
"errada", mas que o números
são "precipitados".
LETÍCIA SANDER, SHEILA D"AMORIN, VALDO CRUZ E
FERNANDO NAKAGAWA
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