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Aliados de Renan e oposição trocam insultos no conselho
Almeida Lima foi chamado de "boneca" por Tasso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros, e senadores da oposição desistiram
ontem dos argumentos no
Conselho de Ética e partiram
para a troca de insultos. A sessão teve que ser interrompida
para evitar que o presidente do
PSDB, Tasso Jereissati (CE), e
Almeida Lima (PMDB-SE) se
agredissem fisicamente.
"Estão querendo castrar o direito de um senador de falar. A
força do direito sim, o direito à
força não. E não adianta bater
na mesa!", disse Almeida Lima
(PMDB-SE), de pé e aos gritos,
para Tasso, que havia dado socos na mesa. A primeira reação
do tucano foi o deboche. "Calma, boneca", disse ele.
O bate-boca continuou até o
tucano avançar na direção de
Almeida Lima, que chegou a tirar os óculos. Eles tiveram de
ser separados. "Calma", pediu
Pedro Simon (PMDB-RS).
"Não é para transmitir", repetiu desesperada, por três vezes,
a secretária-geral da Mesa,
Cláudia Lyra, para o cinegrafista da TV Senado.
Aliado de Renan, Almeida Lima é um dos relatores do processo e preparou um parecer
alternativo pró-absolvição.
"Você é um palhaço, você é um
vendido", afirmou Tasso. Almeida respondeu: "Nem as palavras nem a estatura de Vossa
Excelência me impressionam".
Tasso recebeu apoio do líder
do PSDB, Arthur Virgílio (AM).
"Ninguém quer castrar Vossa
Excelência. Nem as palavras
nem de jeito nenhum", disse.
As brigas foram causadas pela demora do presidente do
conselho, Leomar Quintanilha
(PMDB-TO), em esclarecer as
regras da votação, se ela seria
aberta ou fechada e se os dois
pareceres teriam o mesmo peso. "Eu acho que o senador
Quintanilha está cometendo
uma falha nesse momento ao
não definir o rito com a clareza
do devido processo legal", afirmou um dos relatores, Renato
Casagrande (PSB-ES).
A apresentação do parecer
pela cassação de Renan só começou depois de uma assembléia informal, com os integrantes do conselho amontoados em torno da mesa da presidência do conselho. Nesse momento Quintanilha definiu que
o relatório de Marisa e Casagrande teria prioridade de leitura e votação.
Após a leitura do documento,
o senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) solicitou a presença de
Renan para se defender das
acusações. Mas o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) o desencorajou. "Essa operação é
Rocky 4. É muita porrada", disse o aliado de Renan.
(FK e SN)
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