São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Aliados de Renan e oposição trocam insultos no conselho

Almeida Lima foi chamado de "boneca" por Tasso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros, e senadores da oposição desistiram ontem dos argumentos no Conselho de Ética e partiram para a troca de insultos. A sessão teve que ser interrompida para evitar que o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), e Almeida Lima (PMDB-SE) se agredissem fisicamente.
"Estão querendo castrar o direito de um senador de falar. A força do direito sim, o direito à força não. E não adianta bater na mesa!", disse Almeida Lima (PMDB-SE), de pé e aos gritos, para Tasso, que havia dado socos na mesa. A primeira reação do tucano foi o deboche. "Calma, boneca", disse ele.
O bate-boca continuou até o tucano avançar na direção de Almeida Lima, que chegou a tirar os óculos. Eles tiveram de ser separados. "Calma", pediu Pedro Simon (PMDB-RS). "Não é para transmitir", repetiu desesperada, por três vezes, a secretária-geral da Mesa, Cláudia Lyra, para o cinegrafista da TV Senado.
Aliado de Renan, Almeida Lima é um dos relatores do processo e preparou um parecer alternativo pró-absolvição. "Você é um palhaço, você é um vendido", afirmou Tasso. Almeida respondeu: "Nem as palavras nem a estatura de Vossa Excelência me impressionam".
Tasso recebeu apoio do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). "Ninguém quer castrar Vossa Excelência. Nem as palavras nem de jeito nenhum", disse.
As brigas foram causadas pela demora do presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), em esclarecer as regras da votação, se ela seria aberta ou fechada e se os dois pareceres teriam o mesmo peso. "Eu acho que o senador Quintanilha está cometendo uma falha nesse momento ao não definir o rito com a clareza do devido processo legal", afirmou um dos relatores, Renato Casagrande (PSB-ES).
A apresentação do parecer pela cassação de Renan só começou depois de uma assembléia informal, com os integrantes do conselho amontoados em torno da mesa da presidência do conselho. Nesse momento Quintanilha definiu que o relatório de Marisa e Casagrande teria prioridade de leitura e votação.
Após a leitura do documento, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) solicitou a presença de Renan para se defender das acusações. Mas o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) o desencorajou. "Essa operação é Rocky 4. É muita porrada", disse o aliado de Renan. (FK e SN)


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