São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

O PIB é Dilma

Enquanto muitos petistas manifestam (com exceção de Tarso Genro, sempre de maneira reservada) resistência à sagração de Dilma Rousseff como candidata do partido ao Planalto, o empresariado está cada vez mais enamorado da ministra da Casa Civil.
Tucanos que mantêm interlocução com a nata do PIB andam assustados com o grau de entusiasmo gerado nesse setor pela candidatura Dilma -devidamente embalada por Lula- em 2010. O discurso básico dos empresários é que, "se Dilma é intervencionista, Serra também é". Com a diferença, argumentam, que o atual governo, em boa medida tocado pela ministra, nunca lhes deu dor de cabeça no que diz respeito à política monetária, eterno alvo do tucano.



Aparelho. Um observador chama a atenção para o crescimento do número de petistas nos quadros da Vale. O consultor Luiz Gushiken é apenas o mais vistoso deles.

Narrativa. Antes, os alckmistas diziam que Kassab não iria crescer. Agora, reconhecem que está crescendo. Mas acrescentam a opinião de que, perto do primeiro turno, o eleitor "verá" que o tucano tem mais chance de derrotar Marta Suplicy (PT) e tratará de colocá-lo na etapa final.

Em dupla. Cesar Maia (DEM) e Jandira Feghali (PC do B), que já disseram o diabo um do outro, fizeram trégua para atacar um adversário comum no Rio, o ascendente Eduardo Paes (PMDB). O prefeito só o chama de "Dudu Upa-Upa", devido à proposta das UPAs 24 horas. E o site da candidata remete a um vídeo com ataques de Paes, o "demo-tucano adesista", a Lula.

Começar de novo. O inflamado Babá, ex-deputado paraense que fez fama por ter sido expulso do PT logo no início do primeiro mandato, agora disputa uma vaga de vereador do Rio pelo PSOL.

Vidraça. Manuela D'Ávila virou alvo preferencial nos programas de TV da adversária Maria do Rosário em Porto Alegre. "O PT esqueceu o prefeito e me escolheu como inimiga. Resolveu posar de virgem em matéria de alianças", protesta a candidata do PC do B, cobrada pelos petistas por ter se coligado ao PPS.

Nosso herói 1. Na conflagrada Pacaraima, onde arrozeiros e índios esperam, em estado de tensão permanente, o julgamento do Supremo que definirá o desenho da reserva Raposa/Serra do Sol, proliferam carros com o adesivo "Tô contigo, general Heleno".

Nosso herói 2. O comandante militar da Amazônia, Augusto Heleno, virou ídolo dos produtores ao classificar a política indigenista do governo como "lamentável" e criticar a demarcação contínua da terra indígena em Roraima.

Compadre. Mais um Barbalho empregado. A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), nomeou Maria Lúcia, irmã do deputado Jader (PMDB), conselheira do Tribunal de Contas do Estado.

Toma lá... O governador Blairo Maggi (PR-MT) prepara nova cartada contra a blitz antidesmatamento do Ministério do Meio Ambiente. Ele propõe que o governo federal financie a agricultura (leia-se, plantação de soja) em áreas devastadas pela pecuária. Alega que, se Lula liberar o dinheiro, não haverá mais razão para derrubar árvores.

...dá cá. Pelas contas de Blairo, Mato Grosso tem hoje 15 milhões de hectares de terras prejudicadas pela pecuária. O custo para recuperá-las, diz, é de R$ 1.066 por hectare. O primeiro a ouvir a proposta será o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), que visitará o Estado na quinta-feira.

Segura aí. O DEM agiu nos bastidores e, por ora, o PT não vai ao Conselho de Ética contra Efraim Morais (PB), suspeito de envolvimento num esquema de fraudes em licitações no Senado.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Antes mesmo do primeiro furo, o petróleo do pré-sal já virou a Porta da Esperança. Há um desafio tecnológico a superar antes de contar com essa riqueza."

Do senador DELCÍDIO AMARAL (PT-MS), sobre a multiplicação, em semanas recentes, de sugestões para a destinação dos recursos provenientes da extração dos novos campos.

Contraponto

Obra de Maluf

Em 1979, Paulo Maluf era governador de São Paulo e tinha em sua equipe Cunha Bueno e Helio Machado Bastos Filho. Certa feita, os dois foram procurados pela Unicamp, que planejava desenvolver, em parceria com a Yamaha, um cravo eletrônico. O mogno seria oferecido pelo então governador do Amazonas, José Lindoso. Do projeto resultaram três instrumentos: um para a Unicamp, outro para a USP e um terceiro para o Teatro Amazonas.
Lindoso telefonou para Maluf em agradecimento:
-Doutor Paulo, que preciosidade, que beleza de cravo...
Maluf, que ignorava o assunto, não se fez de rogado:
-Meu caro, você merece muito mais do que um cravo! Merece logo uma dúzia de rosas!


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