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Orçamento de Lula prevê melhora em ano eleitoral
Governo vê término da crise e aumenta gastos sociais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Luiz Inácio Lula
da Silva encaminha hoje ao
Congresso seu último projeto
de Orçamento da União com
expectativas otimistas para o
ano eleitoral de 2010.
No cenário econômico traçado para embasar as estimativas
de receita e despesa, considera-se que os efeitos da crise global
já terão se dissipado. Fazenda e
Planejamento trabalham com
uma projeção de crescimento
de pelo menos 4,5% para o Produto Interno Bruto, medida da
renda nacional -e há, na equipe, quem fale em 5%.
Com base nessa taxa, o projeto calcula que as contas do Tesouro Nacional se reequilibrarão sem a necessidade de cortes. Ao contrário: estão previstos novos aumentos nos gastos
com programas sociais, habitação popular, funcionalismo público e obras de infraestrutura.
Um dos principais motivos
da alta de despesas é o reajuste
do salário mínimo, programado, pela primeira vez, para o dia
1º de janeiro. O ganho será de
pelo menos 5,1% acima da inflação acumulada desde o último reajuste, o que deverá elevar o mínimo dos atuais R$ 465
mensais para perto de R$ 507.
Esse é, pelo menos, o valor
usado para calcular os encargos
com aposentadorias, pensões,
seguro-desemprego e benefícios assistenciais.
O governo pode, porém, optar por um reajuste maior e
ajustar as contas depois -um
arredondamento para R$ 510,
por exemplo, é provável. Em
2006, último ano de eleições
presidenciais, o Orçamento
previa que o salário mínimo subisse de R$ 300 para R$ 321, e
R$ 350 acabou sendo o valor escolhido por Lula.
Mesmo que novos benefícios
não sejam concedidos daqui
para a frente, os gastos com o
funcionalismo público manterão a trajetória de crescimento
graças ao pacote de reajustes
salariais escalonados lançado
no ano passado, com efeitos até
2012. Gastos com pessoal se
tornaram a segunda maior despesa da União, acima de encargos da dívida pública e abaixo
apenas da Previdência Social.
Entre os gastos de caráter
não obrigatório, de pouco peso
no Orçamento mas estratégicos politicamente, destacam-se
o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que neste ano pouco conseguirá gastar
dos R$ 6 bilhões reservados, e
os cerca de R$ 24 bilhões destinados às obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) -os R$ 21,9 bilhões de
2009 também não deverão ser
executados integralmente.
Apesar da expansão desses
programas, o governo pretende
restabelecer no próximo ano as
metas de ajuste fiscal, no momento afrouxadas em razão da
queda da arrecadação provocada pela crise econômica.
Acredita-se que a retomada
do crescimento vá recuperar as
receitas e permitir um superavit primário (a parcela da receita destinada ao abatimento da
dívida pública) equivalente a
2,15% do PIB -neste ano, a meta caiu para 1,4% do produto e,
mesmo assim, não deverá ser
cumprida. Tanto agora como
em 2010, o governo poderá abater despesas com o PAC do valor a ser atingido obrigatoriamente até dezembro.
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