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ELEIÇÃO EM NÚMEROS
Manutenção de prefeituras garantiu o avanço do PT e de outras siglas
de esquerda; governistas venceram em 24 das 44 prefeituras que já tinham, índice de 54,44%
Oposição reelege 72% em grandes centros
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os partidos de oposição conseguiram reeleger (ou eleger alguém da mesma sigla em cidades
que já governam) em 13 dos 18
municípios que detêm no momento entre os 62 mais relevantes
do país. Uma taxa de aproveitamento de 72,22%.
Já as siglas governistas tiveram
um desempenho pior: ganharam
apenas 24 de suas atuais 44 prefeituras (54,55%).
Para saber quais são os 62 municípios mais relevantes do Brasil,
leia texto nesta página.
Entre os maiores partidos, o
único que manteve 100% de suas
cidades foi o PT. Tinha cinco (Belém, Caixas do Sul, Mauá, Porto
Alegre e Santo André) e conseguiu eleger petistas em todos.
Os outros dois partidos de expressão na oposição, o PDT e o
PSB, perderam cidades.
O PDT tem atualmente sete cidades entre as 62 mais relevantes.
Dessas, manteve apenas quatro.
No caso do PSB, essa sigla governa cinco cidades importantes.
Reelegeu seus candidatos em três.
Entre os governistas, PSDB e
PMDB conseguiram reeleger cerca de metade dos prefeitos nas cidades em que já estavam presentes. Os tucanos têm 14 prefeituras
entre as 62 mais importantes. Só
mantiveram oito. Uma perda de
43% nos grandes centros.
O PMDB governa 13 municípios
importantes. Só manteve a sigla
no poder em oito deles.
O pior desempenho governista
ficou com o PFL. Os pefelistas estão hoje em seis cidades de relevância. Perderam a metade: três
prefeitos (Macapá, Recife e Rio).
Permaneceram no poder apenas
em Curitiba, Palmas e Salvador.
Os números finais sobre a reeleição de prefeitos em grandes
centros urbanos ajudam a entender a vitória do PT nesses municípios. Os petistas passaram de cinco cidades nessa categoria (todas
mantidas neste ano) para 17 municípios a partir de 2001.
Nenhuma sigla isoladamente
terá tantas cidades grandes como
o PT. Juntos, os 17 municípios petistas respondem por 14,148 milhões de eleitores.
As 12 cidades a mais conquistadas agora pelo PT nos grandes
centros foram subtraídas, em sua
maioria, de partidos governistas.
O PSDB foi o maior freguês do
PT. Perdeu quatro cidades para os
petistas (Goiânia, Maringá, Piracicaba e Ribeirão Preto).
O PMDB, o PFL e o PPB perderam uma cidade importante cada
para o PT -Aracaju, Recife e
Campinas, respectivamente.
O PT também derrotou seus
aliados nos grandes centros. O
PSB perdeu Diadema e Londrina.
O PDT deixou escapar Pelotas.
O resultado final da eleição delineou um quadro de equilíbrio nos
grandes centros entre oposição e
governistas. E ainda uma grande
vantagem -embora menor do
que foi no passado- nas 5.559 cidades brasileiras a favor de siglas
ligadas ao Palácio do Planalto.
Quando se considera todas as
cidades em que houve eleição, a
oposição conquistou 775 prefeituras (14% do total) e recebeu
25,305 milhões de votos (30% dos
votos válidos).
Já os governistas ficaram com
4.291 municípios (77% do total) e
52,366 milhões de votos (62% do
total). Uma ampla vantagem de
votos (62% contra 30% da oposição), mas essa relação já havia sido mais favorável ao Palácio do
Planalto em 96 (68% contra 25%).
Nos grandes centros urbanos,
as 62 cidades mais relevantes politicamente, o quadro é bem diferente. Há um equilíbrio entre as
forças governistas e de oposição.
Algo que nunca ocorreu desde a
reforma partidária pós-regime
militar, colocada em prática há
cerca de 20 anos.
Esse quadro se formou em
grande parte pelo desempenho
do PT. O avanço da sigla foi muito
mais sobre os governistas do que
em cima de possíveis aliados.
O exemplo mais emblemático é
Belo Horizonte. O PT tinha pesquisas internas que demonstravam ser viável a candidatura de
Patrus Ananias, ex-prefeito petista da capital mineira. Para honrar
o compromisso feito com Célio
de Castro (PSB), a direção nacional petista preferiu não ter candidato próprio naquele município.
Nos 62 municípios de maior relevância política, a oposição em
conjunto vai pular de suas 18 cidades hoje para 29 a partir de 1º de
janeiro, quando tomam posse os
novos prefeitos. Já as siglas ligadas ao Palácio do Planalto têm
hoje 44 das maiores cidades e vão
cair para 33 em janeiro que vem.
Esse equilíbrio do número de cidades se repete em relação ao número de eleitores nas cidades governadas -com a oposição ultrapassando levemente os governistas. Os 29 municípios oposicionistas têm 19,391 milhões de eleitores. Os 33 da situação abrigam
17,004 milhões de eleitores.
Há quatro anos, em 96, o quadro era bem diverso. As grandes
cidades governadas pela oposição
tinham 8,325 milhões de eleitores.
As dos governistas, 28,070 milhões de eleitores.
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