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BALANÇO
FHC pede humildade aos prefeitos eleitos, sobretudo aos que venceram, segundo
ele, "por um sopro, um quase-nada" e diz que não haverá discriminação por parte do governo
Presidente admite grande avanço do PT
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu ontem "que
no segundo turno houve um
grande avanço do PT em algumas
capitais e cidades grandes", pediu
humildade aos prefeitos eleitos,
sobretudo aos que venceram "por
um sopro, um quase-nada", e assegurou que o governo federal
não vai discriminar as prefeituras
administradas pela oposição.
Em rápido pronunciamento
que fez sobre o resultado do segundo turno das eleições, FHC
também pediu compreensão aos
prefeitos eleitos.
"Do ponto de vista dos que ganharam as eleições, corresponde
também uma atitude ao mesmo
tempo de compreensão do que o
Brasil precisa, portanto não transformar as suas prefeituras em
bastião contra isso ou contra
aquilo, mas sim transformar as
prefeituras no que elas são legitimamente -um instrumento de
melhoria das condições de vida
da população."
O presidente repetiu a avaliação
que fez do primeiro turno da eleição: "Vê-se que houve um equilíbrio entre os quatro partidos
maiores, mas que houve partidos
com muita votação mesmo não
estando incluídos entre os quatro
maiores (...). Então isso mostra
que há um quadro político bastante diversificado no Brasil".
Segundo o presidente, "essas
eleições foram eleições nas quais
o interesse local pesou muito. As
decisões foram decisões em função de circunstâncias locais, muito mais do que circunstâncias gerais, nacionais".
Para FHC, isso não quer dizer
que não tenha havido mensagens
muito nítidas do eleitorado.
"Uma me parece bastante clara
-que o eleitorado está buscando
candidatos que tenham um perfil
sintonizado com o momento que
nós vivemos, que é de profunda
preocupação com a moralidade
pública, e eu acho isso muito positivo."
O governo, disse ele, terá "uma
atitude de cooperação". "Eu acho
que não se deve transformar a política num instrumento de perseguição a tais ou quais que tenham
ganho eleitoralmente, contrários
ao partido daqueles que estão
noutras esferas de poder".
Acrescentou que "não caberá ao
governo federal senão zelar para
aqueles que efetivamente quiserem dar certo, mantendo uma atitude responsável sobretudo em
respeito às finanças públicas e à
moralidade pública".
Ao lembrar que muitos resultados foram "apertados", FHC afirmou que quem ganhou não deve
ter uma "atitude de menosprezo"
com quem perdeu. Essa vitória
apertada, segundo FHC, deve corresponder a "um aumento no
sentido de responsabilidade".
"Isso não quer dizer que quem
tenha tido uma vitória mais folgada possa deixar de ter esse mesmo
sentimento. Deve ter esse mesmo
sentimento, mas eu creio que se
torna mais patente ainda nas situações em que a vitória se deu às
vezes por um sopro, um quase-nada".
Por fim, o presidente afirmou
que a população "pode esperar do
governo federal uma conduta
equilibrada, uma conduta sempre
orientada no sentido de que as
coisas dêem certo".
"Quanto melhores forem os
prefeitos, melhor será para o Brasil, independentemente dos partidos a que pertençam", afirmou o
presidente.
Ele afirmou também que ninguém pode se queixar de fraude,
porque as eleições foram "limpas".
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