|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA
Bispo Rodrigues afirmou que PL será essencial para manter a governabilidade, pois a cordialidade do PSDB e PMDB logo acabará
"Lua-de-mel" com Lula vai acabar, diz PL
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O vice-presidente nacional do
PL, deputado federal Bispo Rodrigues (RJ), disse ontem que "a lua-de-mel de Lula com o poder" vai
durar pouco, o que faz crescer a
força de seu partido na manutenção da governabilidade: "Essa
lua-de-mel não dura. Essa lua-de-mel com o poder, com os partidos, esse tratamento cortês que o
PTB, PFL, PSDB e uma parte do
PMDB estão dando ao Lula, isso
com o tempo se desmancha".
Rodrigues prevê que o fim da
"lua-de-mel" coincida com a data-base do salário mínimo, tradicionalmente em maio. Para ele,
coordenador político da Igreja
Universal do Reino de Deus, o PL
abrigará novos aliados e formará
a base de sustentação de Lula.
Com 26 deputados federais eleitos, o PL teria sido sondado por
mais de 20 parlamentares interessados em aderir. Rodrigues acha
que a bancada chegará a 50 deputados, ganhando mais tempo na
TV, mais espaço na Mesa da Câmara e nas comissões da Casa.
Segundo Rodrigues, "tem muita
gente, não a cúpula desses partidos, mas o baixo clero, que precisa levar obras ao seu município,
precisa ser despachante de prefeito, e não tem condições de fazer
isso na oposição. Eles estão procurando o PL e nós estamos procurando por eles também. O PL
tem interesse nesse pessoal".
Rodrigues se recusa a dizer o
que o PL quer em troca do apoio à
governabilidade: "Embora o PL
mereça tratamento especial, não
estamos pressionando para nada.
Temos certeza de que Lula vai dar
ao PL aquilo que o povo consagrou nas urnas. Não é questão de
disputar espaço. É merecimento".
Segundo o deputado, o grupo
evangélico do PL tem preferência
pela área social, embora não tenha pedido nada. "Se eu pudesse
escolher, o que não é o caso, eu escolheria a área social". Rodrigues
já tem um nome para a pasta. "O
ministro é o Valdemar [Costa Neto, presidente do partido]." Costa
Neto desconversou: "Vou ser ministro da Igreja Universal".
A bancada do PL já está cobrando cargos: "No meu Estado, quero que as coisas se democratizem.
Quero participar dessas indicações", disse João Caldas (AL).
No esforço para ampliar a bancada do PL, Costa Neto procurou
o governador de Goiás, Marconi
Perillo (PSDB), o governador eleito da Paraíba, Cássio Cunha Lima
(PSDB), e o senador eleito Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Ele ligou ontem para Cunha Lima e foi direto ao assunto: "Preciso da sua ajuda". Pediu que o governador convença um ou dois
deputados aliados a ingressar no
PL: "Depois, o que você precisar
aqui, eu estou à disposição".
Mas o crescimento do PL esbarra na reação dos partidos assediados. O líder do PTB na Câmara,
Roberto Jefferson (RJ), declarou.
"Nossa bancada está coesa, mas
eles pegam uns quatro do PPB e
mais dez do PFL". O líder do PFL
na Câmara, Inocêncio Oliveira
(PE), disse que segurou cerca de
dez deputados: "Eu argumentei:
"Por que você vai agora? Você não
conhece a cara do governo. E vai
sair com a pecha do fisiologismo".
Colaborou LUCIO VAZ, da Sucursal de
Brasília
Texto Anterior: Assediado, Lula chama "pobres" de "filhos" Próximo Texto: PMDB admite apoiar novo governo Índice
|