São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DÍVIDAS

Tucano assume Minas com rombo previsto de R$ 2,3 bi

Aécio considera "positivo" sinal de Dirceu para negociação nos Estados

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador eleito de Minas Gerais e presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB), considerou ontem como "um sinal muito positivo" a discussão da renegociação da dívida dos Estados vinculada à discussão das reformas tributária e previdenciária, conforme propôs o presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu (SP).
Foi no programa "Roda Vida", da TV Cultura, na última segunda, que o presidente do PT fez a proposta: "Um pacto dos governadores pelas reformas tributária e da Previdência criará as condições no país para dialogar sobre essas questões graves (a situação econômica do país) e para os Estados discutirem suas dívidas".
Questionado sobre a declaração de Dirceu, Aécio, que tem muito interesse na renegociação da dívida de Minas e, por isso, está disposto a coordenar conversas nesse sentido, disse que falou anteontem "rapidamente" com o presidente do PT sobre isso. Acertaram um novo encontro para acontecer em poucos dias.
"Acho um sinal muito positivo e talvez esteja aí o caminho. Nós discutiremos a questão dos Estados no bojo de uma reforma tributária e talvez de um novo pacto federativo, que tem sido uma convocação do governador Itamar Franco (sem partido-MG) e minha própria", afirmou o tucano que se reuniu ontem com Itamar.
Aécio tem dito que a questão da dívida dos Estados só deverá ser discutida no próximo ano quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva já tiver tomado posse. Enquanto isso, acha que não é conveniente falar disso agora. Mas tem conversado com governadores eleitos.

Rombo
Ele diz saber das "limitações" que o governo federal tem para atender aos Estados, mas espera que alguma coisa possa ser feita a fim de que Minas Gerais consiga se ver livre dos déficits mensais em sua economia.
Só assim vai conseguir gerir o Estado que assumirá em janeiro com previsão de rombo de R$ 2,3 bilhões e com 74% da receita comprometida com a folha de pagamento dos servidores da ativa e dos aposentados.


Texto Anterior: Paraná: A pedido de Requião, governador suspende concurso de professores
Próximo Texto: Governador eleito nega que exista divisão no partido
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.