São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 2002

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PT SOB SUSPEITA

Empresário acusa Prefeitura de Santo André de cobrar propina

Gabrilli deve depor na CPI no dia 13

DA REPORTAGEM LOCAL

A CPI criada em Santo André para investigar suposto esquema de propina para financiar campanhas do PT convocou para depor no dia 13 de novembro o empresário Luiz Alberto Gabrilli Filho, uma das principais testemunhas de acusação já ouvidas pelo Ministério Público sobre o caso.
Há duas semanas, o depoimento do empresário foi desmarcado de última hora pelos vereadores. Decidiram marcar outra data depois das eleições por não terem entrado em acordo sobre o local. Gabrilli queria depor em sua empresa. Os vereadores queriam ouvi-lo na Câmara Municipal.
Gabrilli alegou que não iria depor na "casa" do vereador Klinger Luiz de Oliveira Souza, a quem acusa de ter sido um dos funcionários da prefeitura que arrecadavam a suposta propina. Klinger foi secretário de Serviços Municipais de Santo André.
"Na Câmara, não tem nenhum bicho-papão", disse o presidente da CPI, o vereador petista Antonio Leite.
De acordo com a assessoria dos Gabrilli, dessa vez, dependendo da possibilidade de o empresário não ser ouvido no plenário, ele deverá ir, por ter, segundo a assessoria, "todo o interesse de prestar o depoimento". Gabrilli se recupera de uma cirurgia de transplante de rim, feita em maio.
Os vereadores decidiram ainda ontem que, no dia 5 de novembro, devem fazer uma segunda diligência na sede da Expresso Guarará, empresa dos Gabrilli. O objetivo da CPI é verificar nos livros contábeis provas do pagamento de propina. O empresário contou à Promotoria que pagava até R$ 40 mil mensais como propina.
Os vereadores também devem encaminhar ao Instituto de Criminalística um documento com supostas anotações feitas pelo irmão do prefeito assassinado Celso Daniel, João Francisco Daniel, entregue à CPI pelo coordenador da campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gilberto Carvalho. João Francisco diz que o documento é falso.
A CPI começou no dia 20 de junho e teve o prazo esticado até o dia 18 de novembro. Mas, de acordo com Leite, deverá ir até 13 de dezembro, quando começa o recesso. "Para dar tempo para a preparação do relatório final", disse.
(LIEGE ALBUQUERQUE)


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