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ELEIÇÕES 2004
BRASIL AFORA
Segundo pesquisas, tucanos e petistas não vão aumentar significativamente quantidade de cidades governadas
PT e PSDB devem manter número de prefeituras
FERNANDO RODRIGUES
EM SÃO PAULO
Maiores estrelas do processo
eleitoral por obterem a soma mais
expressiva de votos para prefeito
no primeiro turno em todo o país,
PT e PSDB não devem sair das
disputas de hoje com um número
de grandes municípios governados muito superior ao que já têm,
segundo prevêem as pesquisas
disponíveis.
Estão marcados para hoje os segundos turnos em 44 cidades que
juntas abrigam 27.320.458 eleitores, o equivalente a 22,8% do eleitorado total do país. O segundo
turno ocorre em cidades com
mais de 200 mil eleitores onde nenhum dos candidatos obteve
mais de 50% dos votos válidos no
último dia 3.
Para os partidos políticos, um
dos termômetros de desempenho
mais relevante é o resultado de
suas candidaturas no grupo das
26 capitais e 70 municípios com
mais de 150 mil eleitores. O PT
tem 29 prefeituras nesse universo
de 96 localidades.
De acordo com os resultados do
primeiro turno e conforme as
previsões das pesquisas eleitorais
disponíveis, os petistas devem governar de 25 a 30 desses 96 municípios. Ficaram mais ou menos do
tamanho que têm hoje.
O PSDB tem no momento as
prefeituras de 19 cidades grandes.
Com o que já ganhou no primeiro
turno e mais as previsões dos levantamentos eleitorais, tem chance de ficar com 18 a 22 cidades.
Quando se trata apenas de capitais de Estado, O PT governa hoje
oito dessas cidades, contra apenas
três do PSDB. Os petistas já garantiram seis capitais no primeiro
turno. Os tucanos, nenhuma.
O fator de desequilíbrio é que o
PSDB ameaça a hegemonia petista na principal capital do país, São
Paulo. Há também tucanos disputando o segundo turno em outras seis capitais.
País inteiro
Quando se observa o desempenho em todo o país, o PT é o partido que mais obteve votos para
seus candidatos a prefeito no primeiro turno. Foram 16,3 milhões,
ou 17,15% do total do Brasil. A sigla conquistou 400 prefeituras e
teve o maior aumento percentual
entre as grandes agremiações.
O partido do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva não está com
a mesma sorte em grandes centros urbanos. A rigor, os petistas
poderiam chegar a até 36 grandes
cidades governadas. Para isso, seria necessário que vencessem todas as 24 disputas de segundo turno em que concorrem hoje. Até a
semana passada, as pesquisas
mostravam petistas favoritos em
13 a 18 cidades, dependendo do levantamento considerado.
O PT conta com uma "onda vermelha" em várias capitais, como
tem dito o presidente nacional da
sigla, José Genoino. Sem esse
"sprint" final, a sigla poderá terminar esta eleição nos grandes
centros urbanos em situação igual
ou até mesmo pior em relação a
que conquistou em 2000.
Os petistas se salvam se conseguirem manter suas duas capitais
mais relevantes em disputa neste
segundo turno: São Paulo (SP) e
Porto Alegre (RS). Até a semana
passada, o partido não podia ser
apontado como favorito em nenhuma das duas cidades.
O PSDB, maior opositor dos petistas, entra no segundo turno
com a esperança de conquistar
São Paulo. Ocorre que os tucanos
não conseguiram no primeiro
turno garantir as duas maiores cidades onde já são governo: Osasco (SP) e Teresina (PI). Em Osasco, que tem o 20º maior eleitorado
do país, a disputa é acirrada e
existe a chance de um petista ficar
com a prefeitura.
No momento, os tucanos governam 19 das cidades mais importantes do país. Conquistaram dez
no primeiro turno e disputam em
outras 20. De acordo com as pesquisas, têm chances reais de saírem vitoriosos hoje em dez. Terminariam com um número de
municípios parecido com o atual.
O que pode desequilibrar essa
conta é se José Serra vencer Marta
Suplicy na disputa paulistana.
Outro cálculo importante a ser
feito é o número de cidades grandes já governadas que cada partido conseguirá manter -a taxa de
reeleição. Dos seus atuais 29 municípios relevantes, o PT só garantiu oito no primeiro turno.
Além disso, petistas já perderam definitivamente as seguintes
cidades onde são governo hoje:
Blumenau (SC), Campina Grande
(PB), Campinas (SP), Franca (SP),
Governador Valadares (MG),
Ipatinga (MG), Piracicaba (SP) e
Ribeirão Preto (SP).
No caso dos tucanos, a taxa de
reeleição é maior que a dos petistas nos grandes centros. Eles já
conseguiram se manter em oito
das 19 grandes cidades onde são
governo no momento. Só perderam em definitivo cinco dessas localidades no primeiro turno: Belford Roxo (RJ), João Pessoa (PB),
Limeira (SP), Taboão da Serra
(SP) e Uberaba (MG).
Outras siglas
Entre os partidos que se alinham ao Palácio do Planalto, o
PMDB aparece com um potencial
de atingir até 17 grandes cidades
com a eleição de hoje. Os levantamentos eleitorais, entretanto,
mostram que só há candidatos
peemedebistas com chances reais
de vitória em cinco localidades.
A terceira sigla governista mais
bem sucedida é o PSB, que pode
atingir até dez grandes municípios governados, com 3,8 milhões
de eleitores. O PPS pode chegar a
um máximo de nove cidades no
grupo das 96 mais relevantes.
O PL, partido do vice-presidente da República, José Alencar, melhorou muito seu desempenho
pelo interior do país. Pulou de 234
prefeitos eleitos em 2000 para 381
conquistados no último dia 3.
Ocorre que o PL continua sendo
uma sigla de desempenho fraco
em centros urbanos. Só ganhou
duas cidades no grupo das 96
mais relevantes até agora: Uberaba (MG), com a eleição do ex-ministro dos Transportes Anderson
Adauto, e Itaquaquecetuba (SP).
Hoje, disputa o segundo turno em
apenas um município: Uberlândia (MG).
No campo da oposição, depois
do PSDB, o segundo partido em
desempenho é o PDT, com a possibilidade de atingir até 13 grandes cidades.
O PDT fica à frente do PFL que,
em tese, pode chegar a 11 cidades
de relevância depois das disputas
de hoje. As pesquisas disponíveis
mostram um cenário menos favorável aos pefelistas. A sigla não é
favorita isolada em nenhum dos
segundos turnos em que está envolvida. Pelo contrário, há indicação de várias derrotas.
O principal revés pefelista deve
ocorrer em Salvador (BA), com a
derrota do candidato César Borges para João Henrique (PDT).
Borges foi uma escolha pessoal do
senador Antonio Carlos Magalhães, um dos principais caciques
do PFL, hoje em situação delicada
dentro do partido porque até agora preferiu se alinhar ao governo
Lula no plano nacional
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