|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia prende 15 por irregularidades em franquia dos Correios
Prejuízo com o esquema foi estimado em R$ 30 milhões ao ano, segundo a PF
Investigação, que está sob sigilo, mostrou que grupo obrigava donos de agências a vendê-las; Correios dizem estar colaborando com a PF
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal prendeu
ontem 15 pessoas em uma operação de combate a fraudes em
agências franqueadas dos Correios. Houve apreensões em
São Paulo, Rio, Minas, Rio
Grande do Sul e DF.
Diretores e gerentes dos Correios foram presos, sob suspeita de participação no esquema.
As prisões foram feitas em São
Paulo, Sorocaba, São José do
Rio Preto e Campinas (SP),
Juiz de Fora (MG) e Brasília.
Quatro pessoas ainda estavam foragidas ontem. Foram
apreendidos cinco veículos e
R$ 500 mil em notas.
Os 19 mandados de prisão
temporária (cinco dias) e os 43
de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal.
As investigações da Operação
Déjà Vu começaram em janeiro
de 2007 em Sorocaba. O delegado-chefe da PF em Sorocaba,
Cláudio Martins, disse que foi
provado que houve fraude na
aquisição de agências franqueadas dos Correios. Segundo
ele, o grupo obrigou o dono de
uma franqueada em Votorantim (SP) a vendê-la, sob a ameaça de descredenciá-la.
A agência foi vendida ao grupo por R$ 118 mil e depois revendida por cerca de R$ 600
mil. Outras duas franqueadas
foram vendidas e outra estava
em processo de venda.
Além da fraude, a PF também
apurou um esquema de transferência ilegal de serviços de
postagens de grandes clientes
para uma franquia específica,
favorecendo o grupo em vez
das agências oficiais. O prejuízo
com o esquema foi estimado
em R$ 30 milhões ao ano.
"Havia um desvio dos clientes de grande potencial -como
bancos e empresas, que deveriam ser atendidos pelas centrais-, com anuência dos diretores e gerentes que foram presos", disse Martins.
A PF descobriu ainda irregularidades em processos licitatórios realizados nos Correios e
no Incra (Instituto Nacional da
Colonização e Reforma Agrária) para aquisição de equipamentos, com superfaturamento estimado em R$ 21 milhões.
Os presos foram indiciados
sob suspeita de extorsão, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, descaminho, entre outros crimes. As penas variam de
2 a 12 anos de reclusão.
A PF não revelou o nome dos
suspeitos, alegando segredo de
Justiça. A direção dos Correios
disse, em nota, que o seu departamento jurídico foi acionado
para acompanhar o andamento
do processo e a empresa está
colaborando com a polícia.
Texto Anterior: Imprensa: Reportagem da Folha sobre a cana é premiada no exterior Próximo Texto: Ceará: Dois suspeitos de corrupção no Ceará são soltos Índice
|