RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS

A Polícia Civil de Campinas concluiu ontem que o corpo da recém-nascida Vitória Ferreira Costa foi jogado no lixo comum ou destinado ao lixo hospitalar da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Ninguém será indiciado, segundo o o delegado do 7º DP (Distrito Policial), Antônio José Serrati. O inquérito, concluído ontem, deve ser enviado hoje à Justiça.
A polícia concluiu o caso após a exumação do corpo de uma mulher, ontem, em Americana (28 km de Campinas).
Havia a possibilidade de o corpo do bebê ter sido enterrado com o corpo de um adulto. O bebê não foi localizado, segundo a polícia.
O corpo de Vitória desapareceu entre os dias 30 de julho e 2 de agosto deste ano do Departamento de Anatomia e Patologia do HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp.
Segundo o hospital, uma funcionária, cujo o nome não foi revelado, disse ter colocado o invólucro com o corpo do bebê nos pés da mulher morta.
De acordo com Serrati, nenhuma pessoa será indiciada nem a Unicamp ou o Setec (Serviços Técnicos Gerais).
"Não conseguimos identificar o responsável pelo fato e, no âmbito penal, não existe transferência de culpa", disse o delegado.
O advogado da família de Vitória, Maurício Beltramelli, disse que não esperava a exumação do corpo e que não ficou "surpreso" com o resultado.
"Eu já havia feito uns estudos e sabia que a possibilidade de um corpo ser enterrado com outro é praticamente remota", disse Beltramelli.
Ele informou que a família deve pedir indenização à Unicamp.
O processo indenizatório vai ser baseado no laudo da psicóloga, que realiza tratamento com os pais do bebê desaparecido, segundo o advogado.
"Eles já realizaram três sessões. Vou esperar todas as dez serem concluídas", disse.
"A criança chegou a ser internada lá (na Unicamp). O que aconteceu depois com o corpo é problema do hospital", afirmou.
A Unicamp informou que não tem responsabilidade sobre o sumiço do bebê, porque o corpo de Vitória chegou a ser colocado na câmara refrigeradora.
O presidente da Comissão da Sindicância do Hospital de Clínicas da Unicamp, Sebastião Araújo, disse que o HC não tem pistas do corpo.
"Não houve roubo nem incineração", afirmou.


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