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POLÍTICA
Promotoria de Serra Negra vai pedir suspensão do projeto que reajusta salários de R$ 314,46 para R$ 1.800
Vereadores aprovam aumento de 472%
LUCIANO CALAFIORI
ROGER MARZOCHI
free-lance para a Folha Campinas
A Câmara Municipal de Serra
Negra (84 km de Campinas) aprovou anteontem à noite um projeto
de lei que aumenta os salários dos
vereadores em 472,4%.
Os salários passaram ontem de
R$ 314,46 para R$ 1.800. Já o salário
do presidente da Câmara, André
Luís Abi Chedid (PFL), saltou de
R$ 471,68 para R$ 2.700.
O projeto prevê que o aumento
passaria a valer ontem. O prefeito
de Serra Negra, Elmir Abi Chedid
(PFL), precisa sancionar a lei.
O presidente da Câmara, que é irmão do prefeito, disse ser contrário ao reajuste.
Ele afirmou que vai protelar o envio da proposta ao Executivo.
O projeto foi aprovado por oito
votos a três, com duas ausências.
Segundo vereadores ligados ao
Executivo, o prefeito deve vetar o
aumento nos salários.
Com o veto, o projeto deve retornar à Câmara somente em 13 de julho, quando o Legislativo estará
em recesso.
Os vereadores podem derrubar o
veto do prefeito e promulgar a lei,
publicando a proposta no "Diário
Oficial" de Serra Negra.
Os vereadores já haviam tentado
aumentar seus salários recentemente, mas o TCE (Tribunal de
Contas do Estado) deu um parecer
desfavorável à proposta.
Promotoria
O promotor de Justiça de Serra
Negra André Luiz Dogado Cunha
afirmou ontem que deve entrar
hoje com um mandado de segurança com pedido de liminar solicitando a suspensão do reajuste
nos salários dos vereadores.
Segundo o promotor, o aumento
fere o princípio da moralidade administrativa, previsto na Constituição Federal.
O segundo argumento da Promotoria é que não há uma lei disciplinar determinando o teto dos salários dos vereadores, já que a legislação que determina o aumento
de salários apenas no final do mandato foi revogada.
"Espero que a população faça o
mesmo que fez em Amparo, repudiando este aumento. Em Amparo,
os comerciantes fecharam o comércio em protesto por um dia repudiando o aumento dos vereadores", afirmou.
Os vereadores de Amparo (44
km de Campinas) tentaram aumentar em 200% os seus vencimentos no início do ano, mas a
Justiça suspendeu o reajuste.
Os vereadores de Pedreira (41 km
de Campinas) também tentaram
reajustar seus salários, mas a Justiça cassou a proposta de aumento.
Os parlamentares queriam indexar os salários com base na arrecadação do município, como chegou
a acontecer em mandados anteriores em Pedreira.
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