Campinas, Quinta, 2 de setembro de 1999

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CRISE NA ADMINISTRAÇÃO
Auditoria aponta irregularidades no contrato das empresas de vigilância em Campinas
TCE considera vigilância irregular

GUSTAVO PORTO
da Folha Campinas

Auditoria feita pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) considerou irregular a contratação das empresas Power e Gocil em 97. Elas realizam a segurança privada para a prefeitura em Campinas.
A irregularidade foi confirmada no relatório do conselheiro Renato Martins Costa, anteontem, que ainda não tem data para ser votado em plenário do tribunal.
Se ficar confirmada a irregularidade, a prefeitura será notificada. A administração pode recorrer da decisão.
Pelas contratações, a prefeitura paga R$ 13,24 milhões por ano. Os contratos considerados irregulares pelo TCE foram prorrogados no dia 30 de julho passado pelo prefeito Francisco Amaral (PPB) por mais um ano.
De acordo com o TCE, o prefeito feriu os princípios da "igualdade e da economicidade" que deveriam estar previstos em qualquer licitação pública.
Segundo o relatório, as irregularidades já começaram na falta de divulgação do edital de concorrência, feita apenas em um jornal de Campinas, não havendo publicidade necessária.
Três empresas participaram da concorrência e uma delas foi desclassificada.
As duas restantes, Power e Gocil, foram beneficiadas com lotes de postos de vigilância "cotados em meio a um curioso sistema de revezamento entre as participantes, para a garantia do beneficiamento de ambas", segundo o texto do relatório do TCE.
A prefeitura aditou o contrato, assinado em 25 de junho de 97, em R$ 300 mil no dia 31 de julho.
A justificativa do aditamento foi a troca de 32 vigilantes desarmados por 15 armados, o que não estava previsto no edital.
Ainda segundo o TCE, a prefeitura "silenciou" quando questionada sobre o suposto desperdício de recursos, já que são gastos R$ 6 milhões por ano com a Guarda Municipal para realizar o mesmo serviço.



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