Campinas, Terça-feira, 05 de Outubro de 1999 |
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CRISE NA ADMINISTRAÇÃO Servidores ampliam paralisação e moradores recorrem aos hospitais universitários Greve atinge 70% da rede de saúde e deixa 9.100 sem atendimento
free-lance para a Folha Campinas A paralisação na rede pública de saúde atingiu 70% dos atendimentos ontem, o quarto dia de greve dos servidores municipais. Pelo menos 9.100 pessoas deixaram de ser atendidas, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal. A Secretaria da Saúde de Campinas estima que 3.100 deixaram de passar por consultas médicas ontem. A secretaria não tinha estimativas de quantos atendimentos, ao todo, deixaram de ser feitos ontem. Segundo o sindicato, 70% dos funcionários das 68 unidades de saúde não trabalharam ontem, contra 60% na última sexta-feira. A diretora da secretaria Celi Vendramini Munhoz enviou comunicado às unidades ressaltando a necessidade de cumprimento dos atendimentos de urgência e de emergência. "Reafirmamos a necessidade da manutenção dos profissionais de enfermagem para atuar nos procedimentos prescritos pelos médicos, sem prejuízos aos pacientes", afirmou Celi. Segundo o secretário da Saúde, Igor Del Guércio, procedimentos como triagem médica para avaliação da gravidade dos casos, vacinação e distribuição de medicamentos devem ser realizados. O Hospital Municipal Mário Gatti suspendeu, desde sexta-feira, 20 cirurgias agendadas. Somente sete cirurgias de emergência foram realizadas ontem. Apenas os casos de urgência e emergência foram atendidos. O pronto-socorro infantil, que atende, em média, 350 crianças por dia, atendeu 29 até as 16h de ontem. O pronto-socorro adulto atendeu 97, sendo que a média diária de atendimentos é de 450. O Hospital Celso Pierro, da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), e o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) registraram um aumento de 10% nos prontos-socorros. A dona-de-casa Joana Neves dos Santos, 60, buscou atendimento ontem no Hospital Celso Pierro (região sudoeste), pois o Centro de Saúde do Parque São Quirino (região norte), onde mora, estava fechado. A prefeitura suspendeu as negociações com os servidores na sexta-feira. Eles pedem o fim do pagamento parcelado dos salários e o retorno do subsídio à Unimed, plano de saúde da categoria. Vereadores criticaram, na sessão de ontem da Câmara, a suspensão das negociações. Próximo Texto: 7.590 estudantes ficam sem aulas Índice |
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