Campinas, Sábado, 6 de março de 1999

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SEGURANÇA
Frentes de investigação começam a "cruzar" informações sobre o desaparecimento de 340 quilos de cocaína
Promotoria quebra sigilo de 3 delegados

MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas

A Promotoria de Justiça de Campinas quebrou o sigilo bancário de pelo menos três delegados de polícia da cidade. Promotores investigam o desaparecimento dos 340 quilos de cocaína do IML (Instituto Médico Legal), que fica no complexo policial de Campinas.
Os promotores já ouviram o depoimento de oito pessoas, entre policiais e delegados da cidade.
Agora, as frentes que investigam o sumiço da cocaína, Promotoria de Justiça, Corregedoria da Polícia Civil, Polícia Federal e investigadores da Polícia Civil, pretendem cruzar as informações obtidas.
A promotoria já apurou possíveis falhas funcionais durante a apreensão da droga, como a liberação de Sônia Aparecida Rossi, suposta chefe da quadrilha que foi flagrada no local, mas acabou liberada pela polícia.
Entre as provas que apontam falha operacional está uma fotografia obtida, na qual Sônia aparece algemada no dia da apreensão da droga. Ela teria sido solta em seguida. A Corregedoria apura a denúncia de que policiais civis e militares teriam recebido R$ 200 mil para liberar Sônia.

Depoimento
Um esquema especial de segurança, com cerca de 115 homens das Polícias Militar, Civil e Federal foi montado ontem à tarde no prédio da Justiça Federal para o depoimento de quatro testemunhas sobre o desaparecimento dos 340 quilos de cocaína. O depoimento das testemunhas durou cerca de cinco horas e quase todo o trânsito no local ficou comprometido.
Policiais da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) e peritos do IC (Instituto de Criminalística), foram depor como testemunhas.
As seis pessoas presas em Indaiatuba sob acusação de pertencerem à quadrilha que traficava a droga também acompanharam o depoimento das testemunhas ontem.
As testemunhas prestaram depoimento ao juiz Nelson Bernardes de Sousa, que não permitiu o acesso da imprensa ao julgamento.
Os suspeitos de integrarem a quadrilha são Bruno Henrique Goes, Valter Tasando Ismídio, Eduardo José Lopes, Elivander Maidana de Oliveira e Paulo César Tavares.
Eles foram presos em flagrante com a droga no dia 31 de janeiro.
Sônia Aparecida Rossi, que estava na chácara no dia da apreensão, mas foi presa apenas em fevereiro, também foi à Justiça Federal acompanhar o depoimento. Ela está presa na Cadeia Feminina do Tatuapé.
Uma escolta especial conduziu membros da quadrilha para presídios de Avaré, no Complexo Penitenciário Campinas - Hortolândia, e São Paulo, nos presídios do Carandiru e Tatuapé.



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