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ECONOMIA
Com redução de gastos com a folha de pagamento, a empresa pretende contratar mais 115 trabalhadores
Nardini reduz salário e jornada de 550
MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas
A Indústrias Nardini S/A, de
Americana (28 km da Campinas),
reduziu em 20% os salários e em
50% a jornada de trabalho de seus
550 trabalhadores.
A proposta foi feita aos trabalhadores há 15 dias e aprovada anteontem em assembléia entre representantes da empresa e do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade,
ligado à Força Sindical.
A medida visa conter gastos e
evitar que ocorram demissões na
empresa.
Agora a Nardini opera em dois
turnos de trabalho e abriu contratações para o setor de produção.
Os funcionários da produção trabalham das 5h30 às 11h30 e das
11h30 às 17h30.
De acordo com a diretoria da
empresa, com a redução dos salários serão contratados mais 115
trabalhadores ainda neste mês. A
finalidade da contratação é ampliar a produção.
Pelo menos 60% das máquinas
industriais da empresa são exportadas para os Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
A empresa tem uma dívida com
bancos estimada em R$ 200 milhões. A diretoria da Nardini tenta
viabilizar um empréstimo junto a
bancos para continuar pagando os
funcionários.
A folha de pagamento da metalúrgica é estimada em R$ 400 mil,
segundo o presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos, Valdir Pereira
da Silva.
De acordo com Silva, a empresa
tenta viabilizar um empréstimo do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para quitar parcelas de dívidas bancárias.
Há duas semanas, metalúrgicos
da empresa fecharam a rodovia
Anhanguera, em Nova Odessa, como protesto para cobrar do
BNDES o empréstimo à Nardini.
"Não descartamos a possibilidade de realizar novas manifestações
para pressionar o BNDES a conceder um empréstimo à companhia", disse Silva.
Segundo o sindicado, funcionários e empresa tentam um empréstimo de R$ 9,8 milhões.
A empresa também estuda suspender o restaurante para os funcionários como forma de cortar
gastos.
Produção
A Nardini paralisou as atividades
durante seis meses. A produção foi
interrompida entre janeiro e junho
do ano passado, devido à falta de
recursos financeiros para compra
de matéria-prima.
A crise da companhia começou
no final da década de 80, quando a
deixou de depositar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) dos funcionários.
A crise fez o investidor RenatoFranchi assumir o comando da indústria, substituindo a família
Nardini.
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