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TRÂNSITO
Pesquisa mostra maior lentidão do que SP
Campinas tem 2º
pior tráfego do país
MARINA AVANCINI
da Reportagem Local
Campinas é a segunda cidade no
ranking de pior trânsito no pico da
manhã entre dez municípios brasileiros, segundo levantamento do
Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) e da ANTP
(Associação Nacional de Transporte Público).
Em Campinas, os motoristas andam em uma velocidade média de
24,73 km/h, entre 7h e 9h, contra
23,08 km/h no Rio de Janeiro, o
campeão do ranking.
A situação em Campinas é pior
do que a enfrentada pelos paulistanos, que andam em uma velocidade média de 26,96 km/h nesse mesmo pico da manhã.
No pico da tarde, Campinas fica
em quarto lugar, com velocidade
média de 23,37 km/h, entre 17h e
19h. Nesse período os paulistanos
enfrentam o pior trânsito.
Além de Campinas, Rio e São
Paulo, o levantamento foi feito em
Belo Horizonte (MG), Juiz de Fora
(MG), Curitiba (PR), João Pessoa
(PB), Porto Alegre (RS), Recife
(PE) e Brasília (DF).
A definição das cidades que seriam pesquisadas se baseou na população e na frota de veículos, segundo o diretor da ANTP Eduardo
Alcântara Vasconcelos. O levantamento, último feito na área, foi
concluído em 97.
O professor da área de transportes da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Carlos Alberto Bandeira Guimarães disse que o
trânsito de Campinas é pior em determinados pontos e em horários
específicos em razão do nível de
"motorização" da cidade.
Campinas tem em média um veículo para 2,23 pessoas. A frota é de
420 mil veículos para uma população de 937.135 habitantes, segundo
o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
²Segundo Guimarães, o crescimento da frota de Campinas é de
6% ao ano desde julho de 94. A taxa
de crescimento da população da
cidade, entretanto, é de aproximadamente 2,43% ao ano.
Guimarães disse que se o aumento da frota manter esse patamar, o
projeto Rótula, implantado em 96
para diminuir o tráfego de veículos
no centro, só suportará o trânsito
até o ano 2001. "Nesse ritmo de
crescimento da frota, a cidade vai
ter o dobro do número atual de
veículos em dez anos", afirmou.
Consequências
O psiquiatra e professor da Unicamp Maurício Knobel disse que o
estresse causado pelo trânsito cria
desde crises de saúde até complicações nas relações sociais.
Segundo ele, a ansiedade das pessoas em chegar a determinado local provoca reações no sistema
nervoso. "Quando chega ao seu
destino, o motorista descarrega o
nervosismo nas pessoas mais próximas, o que compromete suas relações sociais. A ansiedade também pode causar problemas de
saúde", afirmou Knobel.
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