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CASO PERUS
Material encontrado no cemitério de Perus, na capital, estava sob responsabilidade da Unicamp há dez anos
Ossadas são transferidas para IML de SP
ANA PAULA MARGARIDO
DA FOLHA CAMPINAS
As ossadas encontradas no cemitério Dom Bosco, em Perus,
em São Paulo (99 km de Campinas), começam a ser transferidas
hoje para o IML (Instituto Médico
Legal) de São Paulo.
O material está sob a responsabilidade da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) há
dez anos.
Segundo o presidente da Comissão de Perícia Técnica, Roberto Romano, serão transferidas
apenas 7 das 1.047 ossadas guardadas no Departamento de Tanatologia da Unicamp.
A Comissão de Familiares dos
Mortos e Desaparecidos Políticos
acredita que, entre as sete ossadas,
há chances de identificar familiares que foram mortos durante o
regime militar.
Hiraki Torigoi, Luiz José da Cunha, Flávio Molina de Carvalho e
Dimas Antônio Casemiro são citados pela Comissão de Familiares como supostos desaparecidos
que podem ser identificados.
Romano afirmou que a documentação de identificação das ossadas que ainda estavam na universidade também serão levadas
para o IML.
A transferência será acompanhada pelo médico legista Daniel
Munhoz, do IML, pela Comissão
de Perícia Técnica e por um representantes da Secretaria do Estado
da Segurança Pública.
O restante do material permanecerá na Unicamp até que se
conclua a compra de caixas especiais para o traslado.
As 1.040 ossadas seguirão para o
cemitério do Araçás.
"No Araçás, as ossadas terão
sua integridade preservada, sem
prejuízo para uma futura análise", disse Romano.
A transferência do material estava prevista no cronograma de
transferência elaborado durante
uma reunião ocorrida no último
dia 8 de novembro entre o IML, a
universidade, o Ministério Público Federal e a Secretaria de Estado
da Segurança Pública.
Durante a reunião, ficou estabelecido um prazo de 30 dias para o
início da transferência.
Segundo o procurador da República, Marlon Wecher, os trabalhos de identificação das ossadas devem começar assim que a
transferência seja concluída.
O IML deve apresentar, no início de fevereiro de 2001, um projeto de trabalho de identificação e
resultados da análise das primeiras ossadas.
A USP (Universidade de São
Paulo) deve auxiliar os trabalhos
de identificação das ossadas.
O processo de identificação foi
interrompido em 1995. A Unicamp alega que não tinha mais
condições técnicas para dar prosseguimento aos trabalhos.
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