Campinas, Terça, 8 de dezembro de 1998

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INSS ameaça desocupar Policlínica 3

free-lance para a Folha Campinas

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ameaça desocupar o prédio onde funciona a Policlínica 3, unidade de saúde responsável por 11 mil atendimentos por mês em Campinas.
Segundo o chefe da unidade de administração local do INSS, Sidney Lopes, o imóvel pertence ao órgão e passará por reformas.
O secretário da Saúde de Campinas, Odair Albano, no entanto, afirmou que há um impasse sobre o verdadeiro proprietário do imóvel, que pertencia ao extinto Inamps.
De acordo com Lopes, do INSS, no lugar da unidade de atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde) funcionará o CRP (Centro de Reabilitação Profissional), instalado atualmente na rua General Osório.
A prefeitura já foi comunicada em março passado pelo INSS sobre a necessidade da desocupação, quando houve a publicação da aprovação da reforma no "Diário Oficial" do Estado.
Não foi estimado um prazo, no entanto, para que o Executivo deixasse as instalações. O prédio tem 51 anos, mas não oferece riscos.
Segundo Lopes, o prédio vai sofrer interrupções no abastecimento de água, de luz, problemas com telefones e na rede de esgoto com a reforma.
Todas as paredes internas serão demolidas e terão divisórias colocadas no lugar. A construtora CDM, de São Paulo, foi contratada em outubro passado pelo INSS e tem um prazo de oito meses para concluir o serviço.
O prédio já se encontra em obras e a paralisação do funcionamento da Policlínica 3 terá que ocorrer em breve. "É um transtorno muito grande. As reformas são de grandes proporções", disse.
Atualmente, as obras estão sendo feitas na parte externa do imóvel, sem provocar transtornos aos funcionários da prefeitura.
O prédio do INSS fica no centro, e a Policlínica ocupa atualmente parte do andar térreo e do primeiro andar do edifício.
O representante do Conselho Municipal de Saúde, Lúcio Rodrigues, disse que os pacientes da Policlínica terão que ser encaminhados para atendimentos em outros locais, caso seja necessária a interrupção das atividades da unidade de saúde. "Vamos fazer uma apuração de tudo o que acontecer", disse.
Ele afirmou que, em Campinas, o maior problema enfrentado pela Saúde é em relação ao atendimento. "Temos acompanhado o sistema e percebemos que, embora o conselho lute pela ampliação da quantidade de médicos, o que vemos é um aumento do fechamento de locais de atendimento", disse o conselheiro, que lembrou o caso da paralisação das atividades do Centro de Saúde da rua Barão de Jaguara, ocorrido há dois meses.



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