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CULTURA
Maestro Benito Juarez é exonerado após 25 anos na direção da orquestra; professor Aylton Escobar assume hoje
Juarez deixa a sinfônica de Campinas
DA FOLHA CAMPINAS
O maestro Benito Juarez foi
exonerado do cargo de diretor artístico da Orquestra Sinfônica
Municipal de Campinas depois de
25 anos na função.
No lugar de Juarez, assume hoje
o regente, compositor e professor
do departamento de música da
USP (Universidade de São Paulo)
Aylton Escobar. A nomeação de
Escobar será publicada hoje no
"Diário Oficial" do Município.
Juarez foi exonerado pelo ex-prefeito Francisco Amaral (PPB)
porque exercia o cargo de confiança -sem concurso público.
A exoneração foi confirmada
ontem pelo secretário Jorge Coli
(Cultura) e pelo ex-secretário José
Francisco Pacola (Recursos Humanos).
"Cargos como esse podem não
ser reconduzidos", disse Coli.
Um abaixo-assinado da Associação dos Músicos da Orquestra
Sinfônica de Campinas pediu ao
prefeito Antonio da Costa Santos
(PT) a reformulação da orquestra,
incluindo a saída de Juarez.
O nome de Escobar foi escolhido por Coli e pelo secretário Rogério Cezar de Cerqueira Leite
(Assuntos de Cooperação Internacional). "Ele (Escobar) é um
dos músicos brasileiros mais citados", disse Leite. De acordo com
Cerqueira Leite, o nome de Juarez
foi descartado "de imediato".
"Ele (Juarez) já estava no comando havia muito tempo e a relação de um regente com a orquestra é algo complicado. Já estava muito conflituoso."
Segundo o presidente da associação dos músicos, Sávio Araújo,
os integrantes da orquestra já haviam manifestado a intenção de
promover uma reformulação geral na sinfônica, incluindo a troca
do maestro e diretor artístico Benito Juarez.
"A maioria dos músicos queria
essa mudança. Isso chegou à
equipe de transição do Toninho e
acredito que tenha contribuído
para o plano de governo dele, que
prevê uma grande renovação artística na orquestra", disse.
O abaixo-assinado pedindo a
saída de Benito Juarez foi assinada por 64 dos 80 músicos, segundo a Folha apurou.
Em dezembro, em uma assembléia formada por cerca de 50 músicos, foi feita uma votação que
indicou à equipe de transição do
PT quatro novos nomes para a regência da orquestra, entre eles o
de Aylton Escobar.
"Com certeza, daqui para frente, teremos uma sinfônica digna
de grandes obras, sem esquecer os
músicos clássicos brasileiros",
disse Araújo.
Segundo Araújo, a tendência
defendida por Benito Juarez de
interpretar obras da Música Popular Brasileira, em lugar dos
clássicos, era um dos maiores fatores de discordância.
O percussionista da orquestra
João Stecca, que está na sinfônica
há 25 anos, disse que o relacionamento com maestro estava desgastado. "Ela desrespeitava os
músicos", disse.
O maestro Benito Juarez e Aylton Escobar não foram encontrados ontem para comentar as mudanças na orquestra.
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