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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito de Campinas não tem dinheiro nem crédito no mercado para indenizar quem pedir demissão
Chico lança PDV sem verba para demitir
LUCIANA FINAZZI
da Folha Campinas
Em meio à crise financeira e sem
dinheiro em caixa, o prefeito de
Campinas, Francisco Amaral
(PPB), lançou ontem o PDV (Plano de Demissões Voluntárias), que
depende de um gasto de R$ 15 milhões dos cofres municipais.
De acordo com o secretário das
Finanças e dos Recursos Humanos, Álvaro César Iglesias, a prefeitura dispõe somente de R$ 5 milhões para arcar com os incentivos
propostos pelo PDV.
O objetivo da prefeitura é reduzir
em R$ 3,5 milhões a folha de pagamento do funcionalismo, que
atualmente gira em torno de R$
22,5 milhões.
Para arcar com o custo das demissões, a prefeitura ainda deve
recorrer a um pedido de empréstimo de R$ 10 milhões ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Entretanto, segundo a assessoria
de imprensa do Banco Central, há
uma proibição de concessão de
empréstimos a órgãos públicos
que estejam inseridos no Cadin
(Cadastro de Inadimplentes).
A Prefeitura de Campinas teve
seu nome anexado ao cadastro em
junho do ano passado.
A assessoria de imprensa do
BNDES não quis se manifestar sobre o pedido de empréstimo da
Prefeitura de Campinas, mas informou que deve analisá-lo, mesmo que o município esteja inserido no Cadin.
"Se nós não conseguirmos o empréstimo no BNDES, o PDV vai ficar limitado e pagaremos os funcionários com os R$ 5 milhões que
temos em caixa", disse o secretário
das Finanças.
No ano passado, o BNDES autorizou uma linha de crédito de R$ 7
milhões para o término da construção do Hospital Ouro Verde.
No entanto, o empréstimo não
foi liberado porque o Banco do
Brasil, que na ocasião era agente financeiro da operação, não concordou em avalizar o financiamento,
segundo o superintendente regional do Banco do Brasil, Paulo Bonzanini.
"O banco avaliou a situação da
prefeitura e percebeu que a administração estava muito endividada", disse Bonzanini.
O déficit total da prefeitura é R$
250 milhões, segundo Iglesias.
Pelo PDV lançado ontem, dos 15
mil servidores que trabalham na
prefeitura, cerca de 14.400 poderão
se inscrever no plano.
Pela lei municipal, que é baseada
em legislação de 1993, fica proibida
a participação de pelo menos 450
funcionários que ocupam cargos
em comissão e de 250 comissionados.
Os servidores que se inscreverem
terão como benefício o pagamento
de três salários, bônus de supermercado relativo ao último mês de
trabalho e a liberação do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço).
O prazo para adesão é de 40 dias,
contados desde ontem.
"Tenho expectativa que a prefeitura terá êxito na redução de sua
folha de pagamento com o PDV",
disse Iglesias.
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