|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONSUMO
Mercadoria, que vinha do Mato Grosso do Sul, não poderia ser comercializada em São Paulo
35 t de carne suspeita são apreendidas
TATIANA SABADINI
free-lance para a Folha Campinas
A Secretaria de Estado da Agricultura apreendeu ontem em
Campinas 35 toneladas de carne
bovina com osso vinda do Mato
Grosso do Sul. O produto não tinha o selo de liberação que permite o consumo em São Paulo.
Por São Paulo estar incluído na
zona livre da febre aftosa, o Ministério da Agricultura proibiu o
consumo de carne com osso proveniente de Estados como o Mato
Grosso do Sul, onde ainda existem focos da doença. A carne só
poderia ser comercializada em
São Paulo se estivesse desossada e
fosse submetida a processo de
maturação -resfriamento a
12C por 24 horas-, o que assegura a não-contaminação pelo vírus da febre aftosa.
A doença, causada pelo aflovirus, ataca bovinos, suínos e caprinos. O vírus permanece vivo na
medula óssea do animal, mesmo
depois de morto. Raramente atinge o homem.
Os proprietários da carne estariam trocando as etiquetas que
permitem a passagem da carne
por São Paulo, pela via Dutra, para ser entregue no Rio de Janeiro.
Quando chegam à divisa com
São Paulo, os caminhões que
transportam carne com osso são
lacrados e recebem a etiqueta
com a procedência e o destino da
carga. Segundo o diretor do Grupo de Defesa Sanitária Animal da
secretaria, Heinz Otto Hillwig, 49,
as etiquetas do Mato Grosso do
Sul estavam sendo trocadas pelas
de São Paulo, o que permitiria que
a carne fosse comercializada no
Estado.
A carne estava sendo descarregada no frigorífico Margen, em
Campinas, quando a fiscalização
chegou. Segundo o diretor da Defesa Sanitária, o frigorífico Margen poderá ser autuado por descumprir as normas sanitárias do
Estado de São Paulo. O valor da
multa não foi divulgado.
Após a apreensão, a carne foi
transportada para Louveira, onde
será transformada em farinha para consumo animal.
O frigorífico pode ter as atividades suspensas pelo Ministério da
Agricultura e ser autuado pela fiscalização fazendária.
A Folha entrou em contato com
a diretoria do frigorífico durante
toda a tarde de ontem, mas não
obteve resposta. Uma funcionária, que se identificou como Raquel, disse que os diretores estavam em reunião e que telefonariam mais tarde, o que não aconteceu até as 19h30 de ontem.
O bloqueio contra a febre aftosa
dividiu o mapa da pecuária brasileira em duas áreas: a zona livre de
febre aftosa, como São Paulo, e a
zona infectada, caso do Rio de Janeiro e do Mato Grosso do Sul.
A medida está em vigor desde a
publicação de uma portaria do
Ministério da Agricultura, em 28
de dezembro.
Texto Anterior: PM-SP liberta outro garoto sequestrado Próximo Texto: Mortes Índice
|