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JUSTIÇA
Cidade aderiu à ação coletiva que pede o ressarcimento pelo tratamento de fumantes doentes
Jundiaí quer indenização da indústria do tabaco
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A Prefeitura de Jundiaí (28 km
de Campinas) aderiu no início
deste mês a uma ação coletiva
contra a indústria do tabaco dos
EUA que pode render a arrecadação de milhões de dólares para o
município.
Segundo a secretária de Negócios Jurídicos da cidade, Maria
Aparecida Rodrigues Mazzola, a
ação da qual a prefeitura está participando visa ressarcir a Secretaria da Saúde local e de outros 11
municípios dos prejuízos causados pelo tratamento de pessoas
com saúde debilitada pelo fumo.
Se for levada em conta na ação o
levantamento feito pelo Ministério da Saúde, indicando que 0,4%
da população do país sofre de males graves provocados pelo fumo,
a indenização para a Prefeitura de
Jundiaí será relativa a 1.291 pacientes anuais.
O município reservou R$ 86 milhões para investir na área da saúde este ano e deve gastar, em média, R$ 66,6 mil em 12 meses para
tratar fumantes doentes.
O cálculo exato do valor a ser
pedido para as empresas dos EUA
que vendem cigarros na cidade,
porém, será feito pela empresa de
advocacia norte-americana Podhurst, Orseck, Josefsberg, Eaton,
Meatow, Olin & Perwin, que propôs a ação.
Há cerca de dois anos, alguns
países como Bolívia, Venezuela e
Nicarágua têm pedidos de indenização a pelo menos 17 empresas
dos EUA, por meio da mesma
empresa de advocacia.
No caso da Bolívia, por exemplo, o valor pedido pela ação é de
cerca de US$ 1 bilhão, por prejuízos causados ao país pela indústria do tabaco, em um período de
35 anos.
Segundo a secretária de Jundiaí,
Maria Aparecida, a proposta da
empresa americana foi apresentada à prefeitura em novembro do
ano passado.
Jundiaí decidiu participar recentemente da ação coletiva, depois de avaliar que poderá ter um
bom "reforço de caixa" com a
ação. "Não temos nada a perder.
A empresa cobre os gastos da
ação e só pede para receber 28%
do valor da indenização, caso ela
seja concedida pela Justiça", afirmou Maria Aparecida.
Segundo a secretária, todo o valor arrecadado será aplicado na
área da saúde.
"Precisamos de recursos e nada
mais justo do que conseguí-los
com quem nos traz prejuízos.
Não sei ainda quais empresas serão acionadas, mas espero uma
decisão rápida do caso", declarou
a secretária.
A ação coletiva pede a indenização por prejuízos causados ao poder público diretamente às matrizes dos fabricantes de tabaco, instaladas nos EUA. Ela não inclui
processos jurídicos contra filiais
ou empresas brasileiras.
A empresa Podhurst, Orseck,
Josefsberg, Eaton, Meatow, Olin
& Perwin ainda não apresentou o
pedido de indenização que irá fazer na ação coletiva.
Em defesa dos municípios representados, os advogados americanos vão alegar que as empresas de tabaco esconderam dos cidadãos os males que os produtos
fabricados por eles poderiam causar.
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